quinta-feira, 26 de abril de 2018

Vingadores: Guerra Infinita


Não sou dos maiores fãs da Marvel e suas produções cinematográficas, mas é inegável que mesmo pasteurizando seus trabalhos para manter o nível, eles foram capazes de - quase - sempre entregar produtos ao menos dignos, nessa nova e grandiosa aventura do maior grupo de heróis do cinema a história não é diferente.

Em ''Vingadores - Guerra Infinita'' tudo que o ''Universo Marvel'' construiu nos cinemas desde sempre culmina numa épica batalha contra o maior dos maiores, Thanos. Aliás, começar esse texto falando de Thanos é algo necessário. Se tem algo que sempre caia por terra nos filmes do universo era a falta de arqui-inimigos dignos dos heróis que os enfrentavam. Em muitas vezes eles eram extremamente genéricos ou uma completa farsa. No caso do tirano intergaláctico, o roteiro revela uma ideologia crível e que percorre uma linha muito tênue entre a indignação e a compreensão para os planos do mesmo. Thanos é a peça central e motriz do filme, sendo explorado da forma mais correta possível pelo roteiro e ancorado por uma performance de captura de movimento/dublagem muito assertiva de Josh Brolin. Impedido de se tornar mais um estereotipo, o grande recebe uma forte dimensionalidade, criando cenas tão bonitas e poderosas quanto todas as que ele divide a tela com Gamora.


Um dos maiores temores com relação ao longa era a quantidade, mesmo que necessária, de heróis que teriam na trama. Será que todos seriam bem utilizados? Soaria como um desperdício? Será que todos brilhariam? Pois então, o resultado final é bastante positivo, na medida do possível. Existem personagens (Viúva Negra, por exemplo) que mal aparecem em cena ou possuem diálogos, mas isso não é um demérito porque até eles conseguem ter momentos marcantes no filme. A dinâmica dos personagens que mais aparecem em tela é um pouco alterada. Enquanto os usuais Homem de Ferro e Thor tomam a dianteira, eles precisam dividir muito o espaço com o Doutor Estranho e os Guardiões da Galáxia. Isso permite que uma nova visão enquanto grupo, devido a inevitável aposentaria dos antigos Vingadores, seja presenciada pelo público, assim como cria uma dinâmica muito bem feita entre todos os personagens que precisam se conectar.

Para isso, o elenco mostra todo o carisma e empatia necessária e que consolidou cada um deles no imaginário pop nos últimos anos. Por mais que eu não aguente mais o Robert Downey, Jr., por exemplo, é inegável que ele É o Homem de Ferro. Se os três Chris (Evans, Hemsworth e Pratt) não são lá excelentes atores, eles se apropriam muito bem das personagens tão cativantes de seus personagens. E assim vai com todo o resto em cena. E esse é um aspecto muito importante para que nós, espectadores, sejam capazes de construir um laço com todos eles e sentir tudo que eles precisam passar, da alegria à tristeza.


O filme, como um todo, tem toda a essência de ''evento'' e ''espetáculo'' que se espera de uma produção desse nível. Grandes e otimamente coreografadas sequências de luta, momentos de puro êxtase (o principal deles pertencendo ao Thor) e também poderosas e emocionantes cenas (Wanda </3) devido a escala de tudo que se desenrola em cena.

Obviamente, nem tudo são flores, e algumas decisões de roteiro soam fáceis, mas como o longa não termina por aqui, veremos como tudo se justifica em sua parte final. Ah, a cena final, se tirada toda e qualquer problemática ''off-screen'', é singela e muito tocante. Um momento raro em meio a tantos murros, tiros e poderes feitos durante toda a projeção, mas que exprime e sintetiza muito do tema, e discurso, empregado pelo filme.

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