sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Precisamos falar sobre Adele






Foram necessários quatro longos anos para que Adele retornasse com uma música inédita de um trabalho de estúdio, mas não deve ser difícil imaginar que depois de se tornar uma espécie de ‘’lenda moderna’’ da música mundial apenas em seu segundo álbum, o excelente ‘21’, o tempo que a cantora precisaria para voltar aos estúdios não seria curto, mas felizmente esse período acabou e finalmente já podemos começar a contagem regressiva pro álbum evento do ano de 2015, ‘25’ chega às lojas no final de novembro, mas a sua faixa título ‘’Hello’’ já revela o que podemos esperar do projeto: Adele fazendo o que sabe de melhor, baladas como só ela sabe cantar.

Se todos esperavam que a cantora voltaria logo de cara com Paul Epworth, produtor de ‘’Rolling in the Deep’’, a mesma foi além e com a inédita ajuda de Greg Kurstin (‘’Chandelier’’, ‘’Stronger’’) lançou a canção ‘’Hello’’, uma pequena amostra do novo álbum. A faixa não reinventa a roda, pelo contrário, bate muito na tecla do sucesso da fórmula da cantora: é uma balada que utiliza de instrumentação ao vivo (nesse caso, o piano) e trabalha o refrão em total crescente, é interessante notar que ela jamais exagera nos vocais, e quando sobe uma nota e utiliza de ''melismas vocais'', já é mais perto do final, ao estilo de outras canções suas como ‘’Set Fire to the Rain’’.

Vale ressaltar que se enquanto produção a canção nova poderia estar no ‘21’, a letra da mesma talvez destoasse do conteúdo lírico do segundo álbum da cantora, Adele não mais chora pelo amor perdido, mas sim pensa, avalia e decide de cabeça em pé que algumas coisas não foram tão bem resolvidas, como tantas em nossas vidas, não é verdade? Sempre falei que o vocal da britânica é seu ponto de distinção em relação a qualquer outro artista, e é no refrão da canção onde podemos perceber um mix de dúvida, raiva e até desapego ao se perguntar no porque aquela pessoa parece não querer mais estar em sua vida, nem que seja pra um papo rápido e maduro, que a singularidade vocal dela se torna algo decisivo para a força dramática da canção que, claramente, grudará na cabeça de qualquer um após uma ou duas ouvidas.

Com a promessa de um cd não sobre corações partidos, mas de autoconhecimento, descoberta, aceitação e começando isso com uma canção que fala de cara ‘’Olá, sou eu’’ é apenas uma prova que ela voltará sendo totalmente fiel a sua alma artística: um pouco envergonhada, mas muito mais confiante, falando do que o público gosta da forma mais pura, honesta e única que a música atual pode oferecer. Pode vir Adele, a gente tá te esperando de mente, braços e coração aberto.

Melhor estrofe: ''I'm sorry, for everything that I've done/but when I call you never seem to be home''

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

REVIEW: Cinquenta Tons de Cinza - Afinal, um tapinha não dói.



É de um desafio absurdo fazer com que um filme seja melhor que o livro do qual ele foi adaptado, mas e quando esse livro é uma ''fan fic'' que surgiu por causa de ''Crepúsculo'', fica mais fácil'? Provavelmente não, mas na adaptação pros cinemas do fenômeno de E.L. James, a diretora Sam Taylor-Johnson consegue fazer um milagre ao extrair o que de melhor (ou seria menos pior?) tem o livro, e transforma Cinquenta Tons de Cinza (Fifty Shades of Grey, 2015) numa experiência agradável, que engaja o espectador nessa louca história entre Anastasia Steele e Mr. Grey.

A introdução do filme a protagonista Anastasia (Dakota Johnson) é uma tentativa quase ridícula de tornar ela o mais associável possível ao público alvo do filme. Afinal, ela dirige um fusca, veste roupas que minha avó ficaria orgulhosa e age como se fosse invisível. Quando isso entra em colisão com a beleza, fortuna, autoconfiança e estilo apresentado por Christian Grey (Jamie Dornan), fica claro que ela irá se deslumbrar por ele, como iria qualquer mulher que se visse como ela e estive vendo um cara como ele. 

O filme basicamente irá mostrar o desenrolar do relacionamento dos dois, e é ai que fica estampado onde está o erro principal do filme: seu roteiro. Poucas são as vezes em que as palavras ditas pelos protagonistas não tentam sabotar toda aquela atmosfera tão bem criada pela diretora, parece até piada (e talvez seja) que aquelas frases tão didáticas e repetitivas estejam em tela, enquanto que todo o resto destoa devido a qualidade que o filme apresenta em todos os outros departamentos necessários para se fazer um bom filme. 

É justamente por pecar tanto no roteiro que não quero afirmar que o filme irá agradar a todos, já que uma parte tão importante de um longa ser quase patética dificulta qualquer elogio completo que eu possa fazer por ele. Um exemplo disso é a cena que gera o ''clímax'' desse primeiro filme: enquanto que a ação que deflagra tudo é ruim porque a trama do livro está altamente impregnada ali, a cena que realmente fecha o filme é linda e emocionante porque os demais elementos se sobressaem, como a atuação da protagonista e a escolha de como criar o gancho pro segundo filme.


A direção de Sam é tão segura e envolvente que dá até pena dela, já que é visível que ela está tentando transformar em algo de classe, algo que é claramente vagabundo. Seria como querer que uma Kardashian tivesse o estilo de Kate Middleton. A cena da discussão do contrato talvez seja a melhor do filme, porque é a única vez que a natureza do roteiro realmente se condensa com o estilo da diretora de forma quase uníssona. É bem latente o quanto a diretora está interessada em contar a história do casal, ela consegue criar um laço de tensão desde o primeiro encontro, e isso se estende ao longo do filme, da cena do helicóptero até as de sexo que exploram o lado ''selvagem'' de Christian.

É bom ressaltar que o filme é sobre Anastasia e Christian, e de nada adiantaria um bom roteiro ou uma boa direção se a dupla protagonista fosse insípida ou sem química, o que graças ao meu bom deus do cinema não acontece aqui. Muitas críticas foram feitas a forma sisuda que o Jamie Dornan aborda seu personagem, falaram que como ator ele é um ótimo modelo, que só tem rostinho bonito e blá, blá, blá, mas eu discordo, acho que ele é extremamente bem escalado pro papel em questão, e deixa transparecer tudo que o mesmo pede. Ele é misterioso, visivelmente problemático, mas ao mesmo tempo não deixa de ter presença forte e jeito sedutor, fora que sua cena de introdução é totalmente certeira.

Sobre a Dakota Johnson irei até reservar um espaço maior para falar dela, por motivos de: ela está excelente em cena. A única informação que eu tinha dela, era o fato de ser filha da atriz Melanie Griffith, ai vi um filme que ela até bem em cena, mas nada que me preparasse para o que ela faz nesse filme. Devo, quase que, totalmente a ela a empatia que eu criei por Anastasia, foi ela que me guiou por aquele novo mundo do Christian, que soube pontuar todas as suas emoções, cena por cena eu acabava por me sentir tragado a trama graças a genuinidade e sutileza com que Johnson tratava Ana, ela se desabrochava de forma tão natural, que ficava impossível de não se conectar com a personagem. E é preciso ser um ator muito bom para fazer com que uma personagem tão branda realmente crie um laço com o espectador, palmas pra ela por ser capaz de fazer isso.


Visualmente o filme é muito difícil de ser criticado, especialmente porque a cidade escolhida para ser palco de basicamente todo o longa, que é Seattle, ajuda a perpetuar aquele clima austero e cinzento (duh!) que ele prega. Todo o trabalho técnico tem uma sobriedade absurda, temos uma trilha muito linda de Danny Elfman, figurinos excelentes de Mark Bridges, uma fotografia certeira do Seamus McGarvey e uma montagem que deixa o filme fluir muito bem, um ponto para Anna V. Coates. 

Quando se associa todo esse aparato técnico a uma direção tão inteligente, e uma dupla de protagonistas tão boa, fica difícil não se decepcionar ao lembrar do roteiro tão meia-boca que é apresentado em tela. Porém, com um pouco de mente aberta não é difícil aproveitar a sessão do filme, então como bem diz a frase de divulgação do longa, ''perca o controle'', não vai fazer mal algum.

Uma sequência: A cena de sexo ao som de ''Haunted'' da Beyoncé, muito bem filmada e editada, é uma delícia para ver na telona.

Cotação:

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Oscar 2015: Tudo sobre quem deve levar a estatueta mais cobiçada de Hollywood




Hoje é dia de Oscar, bebê! A cerimônia chega a sua 87ª edição e promete provocar consideráveis surpresas na festa que ocorre logo mais a noite. A principal dúvida ainda é quem leva os principais prêmios da noite: Boyhood ou Birdman? Eddie Redmayne vai mesmo levar melhor ator? Será que Wes Anderson finalmente ganhará seu careca dourado? Acompanhe nas previsões abaixo o que eu acho que acontecerá na noite mais popular do cinema americano.

- Melhor Filme:

Sniper Americano
Birdman
Boyhood
O Grande Hotel Budapeste
O Jogo da Imitação
Selma
A Teoria de Tudo
Whiplash






Quem vence: É uma briga direta entre Boyhood e Birdman, um é um feito por ter sido filmado num período de 12 anos, o outro é o exemplo claro de Hollywood falando mal de Hollywood usando técnicas exibicionistas como um falso plano-sequência inacabável ou uma bateria como trilha sonora. Até o fim quis acreditar em Boyhood, mas depois de vencer até o prêmio dos independentes abri de mão, Birdman vai ganhar a categoria.

Quem deveria vencer: Não tendo visto o filme do Sniper, posso falar que temos 3 grandes filmes competindo: Boyhood, Budapeste e Selma. Cada um é perfeito em seu próprio jeito e se vencessem, seria algo muito lindo. Porém, meu coração ficou mesmo com o filme de Linklater, já que acho Boyhood uma realização estupenda da forma de olhar em como o tempo muda tudo e a todos.

Quem deveria estar ai: Sem pestanejar eu digo que Garota Exemplar ter ficado de fora é a prova cabal que o gênero ainda é um empecilho grave para os votantes da Academia. O thriller de David Fincher beira a perfeição enquanto longa, e foi uma surpresa não estar entre os indicados do ano, uma pena.

- Melhor Diretor:

Wes Anderson - O Grande Hotel Budapeste
Alejandro G. Iñárritu - Birdman
Richard Linklater - Boyhood
Bennett Miller - Foxcatcher
Morten Tyldum - O Jogo da Imitação




Quem vence: Dizem que a fé move montanhas, então espero que a minha mova Oscars. Sei que normalmente quem vence filme leva direção, mas acredito que pela terceira vez seguida veremos uma disparidade entre os dois prêmios. Como Richard Linklater É Boyhood, creio que ele acabará levando como compensação pelos árduos anos de trabalho para fazer essa obra-prima do cinema americano contemporâneo.

Quem deveria vencer: Vocês leram o ''obra-prima do cinema americano contemporâneo'' mais acima, né? Então sabem que eu sou #Linklater desde criancinha. Embora, não vou mentir, uma vitória de Wes Anderson seria bárbara e super digna.

Quem deveria estar ai: Achei Foxcatcher quase tão cagado quanto O Jogo da Imitação, mas no frigir dos ovos nem Miller e nem Tyldum mereciam ter tirado as vagas de David Fincher (Garota Exemplar) e Ava Duvernay (Selma), duas direções que beiram o brilhantismo pelo tratado de seus filmes enquanto obras que chegam a transcender o cinema.

- Melhor Ator: 

Steve Carrell - Foxcatcher
Bradley Cooper - Sniper Americano
Benedict Cumberbatch - O Jogo da Imitação
Michael Keaton - Birdman
Eddie Redmayne - A Teoria de Tudo



Quem vence: Dizem as más línguas que Cooper pode prevalecer nesse domingo devido a corrida entre Redmayne e Keaton parecer muito divisiva, mas eu duvido muito. Sei que Keaton é veterano, que as chances de ter outro momento como esse são mínimas, e que tô sentindo que se eles amarem Birdman, o ex-Batman pode ir na onda, mas com as vitórias do sindicato de atores e do BAFTA, acho quase impossível que Eddie Redmayne saia sem a vitória. Não só o filme foi bem amado, mas ele faz uma pessoa que existiu (e Stephen Hawking, não menos), e que tinha deficiência física, o que gera um prato cheio pra ''atuação'' de Eddie, vai ser dele.

 Quem deveria vencer: Não vi a atuação tão elogiada de Bradley Cooper, mas deixo claro que a categoria passa longe de estar ótima. Não gosto de Carrell, gosto de Cumberbatch, e acho que Redmayne é prejudicado pelas próprias deficiências do personagem, por isso acho que minha torcida é mesmo para Michael Keaton, que contrariando a todas as minhas previsões, não tem um trabalho que mira em uma variação de si mesmo, e sim cria um personagem a beira da loucura de forma brilhante, certeira e altamente memorável.

Quem deveria estar ai: São tantos! Sério, de cabeça lembro de Milles Teller em Whiplash, de Ralph Fiennes em O Grande Hotel Budapeste, do esnobadérrimo Jake Gyllenhaal em O Abutre, mas a minha maior sentida aqui é de David Oyelowo, que faz um Martin Luther King, Jr. da forma mais soberba que eu já vi na minha vida. Não acho que Oyelowo merecia só a indicação, ele merecia também a vitória, porque poucos atores me deixaram a beira da cadeira do cinema como ele em qualquer um de seus discursos pulsantes em Selma.

- Melhor Atriz:

Marion Cotillard - Dois Dias, Uma Noite
Felicity Jones - A Teoria de Tudo
Julianne Moore - Para Sempre Alice
Rosamund Pike - Garota Exemplar
Reese Witherspoon - Livre



Quem vence: A justiça tarda, mas não falha! Essa é a minha frase para a vitória que hoje será de Miss Julianne Moore, chega a ser ridículo que uma atriz do calibre dessa ruiva não tenha uma estatueta em casa, mas hoje tudo irá mudar quando ela subir no palco para pegar o prêmio por ter feito uma professora que descobre ter Alzheimer de forma precoce.

Quem deveria vencer: Chega a ser irônico que eu não premie Moore mesmo ela sendo tão fantástica, mas é que para mim ela venceria antes (e por atuações/personagens mais memoráveis), mas admito o quão ótima ela está em cena. Acho que ela, aliás, está excelente como Cotillard, uma francesa que não cansa de me deixar boquiaberto com seus trabalhos, que nesse ano deu uma atuação contida, econômica, mas absurdamente maravilhosa. Porém, o Oscar deveria ir para a atriz revelação do ano passado, a britânica Rosamund Pike, não vou ser hipócrita em dizer que seu filme e personagem não ajudaram ela a estar tão excelente, mas o que Pike faz com Amy Dunne (uma rainha) beira ao brilhantismo tamanha é a dubiedade apresentada pela mesma durante todo o longa. O filme nos apresenta cena pós cena de Amy sendo maravilhosa, e Pike a toma com uma veracidade que chega a dar medo, criando uma personagem já ícone dos anos 2000.

Quem deveria estar ai: O nível da categoria tá tão bom que até Witherspoon e Jones, que eu gosto menos, ainda estão muito bem em cena. Não vi o desempenho elogiado de Jennifer Aniston, mas uma certa britânica poderia ter recebido mais louros pelo seu trabalho: acho Emily Blunt um poço de carisma e sutileza em Caminhos da Floresta, numa atuação tão genuína que te pega pelo coração sem sequer você perceber.

- Melhor Ator Coadjuvante:

Robert Duvall - O Juíz
Ethan Hawke - Boyhood
Edward Norton - Birdman
Mark Ruffalo - Foxcatcher
J.K. Simmons - Whiplash





Quem vence: A vitória de J.K. Simmons é uma das barbadas da noite, e o motivo é claro: ele está destruidor mesmo! Poucas vezes um demônio é encarnado em cena de forma tão humana, real e ameaçadora como quando Simmons fez ao trazer seu Lester a vida. A atuação é exagerada sim, porque a forma abusiva como o personagem lida com todos pede isso, e Simmons cria umas 15 cenas para o Oscar com todos os shows que lhe permitem fazer, ''NOT IN MY FUCKIN' TEMPO!''

Quem deveria vencer: Admito que a categoria não me anima, e mesmo adorando Ed Norton desde sempre, não posso escolher outra pessoa: J.K. Simmons vai ser merecidíssima por todos os aspectos possíveis. Não só porque Whiplash é um excelente filme, mas porque Simmons é desses atores que esperaram a vida toda para ter a chance de mostrar o talento absurdo que o mesmo apresenta no filme.

Quem deveria estar ai: Vamos deixar claro que a indicação de Mark Ruffalo é uma P I A D A de mal gosto, tamanha a nulidade do mesmo em cena. Acho que Budapeste tem um elenco coadjuvante ótimo e pessoas como William Dafoe podiam ter entrado na categoria, mas vou ousar e dizer que a participação pequena (porém arrebatadora) de Henry G. Sanders em Selma poderia ter sido reconhecida, acho que nunca me emocionei tão rápido e tão sem entender da forma como fiz na cena que o avô feito por Sanders dá um testemunho a MLK.

- Melhor Atriz Coadjuvante:

Patricia Arquette - Boyhood
Laura Dern - Livre
Keira Knightley - O Jogo da Imitação
Emma Stone - Birdman
Meryl Streep - Caminhos da Floresta




Quem vence: Num desses momentos que você não acredita, a vitória de Patricia Arquette é o prêmio mais certo de toda essa noite, digo sem nem pestanejar.

Quem deveria vencer: Não é só por ter achado a seleção super fraca que eu também premio Patricia Arquette já que eu acho seu trabalho uma coisa linda tamanha a naturalidade que ela impregna em todas as suas cenas, sem direito a nenhuma nota falsa em cena. Construir uma mãe tão singela e palpável como ela fez não é tarefa fácil, juntando isso a aquela cena final onde ela admite ''eu achei que seria mais'', não tem pras demais concorrentes, Arquette fechou a conta e passou a régua.

Quem deveria estar ai: Não quero ir longe atrás de estrangeiras maravilhosas como Suzanne Clemént (Mommy) ou Érica Rivas (Relatos Selvagens), então deixa eu falar que no lugar da indicação PAVOROSA de Keira Knightley, uma exímia enchedora de linguiça na categoria, eles poderiam ter indicado Carmen Ejogo, que em pouco mais de uma cena dimensiona toda a problemática das lutas feitas naquela época retratada em Selma. Ah, se quisessem ter trocado Emma Stone por Naomi Watts no mesmo filme, eu não teria nenhuma objeção.

- Melhor Roteiro Original: Vou de Birdman, mas acho que Anderson vai vencer com Hotel Budapeste, que dê Wes!

- Melhor Roteiro Adaptado: Categoria tão fraca que vai ser a chance de premiarem O Jogo da Imitação, mas quero upset de Whiplash

- Melhor Animação: Sem o favorito, Uma Aventura Lego, deve ficar com Como Treinar Seu Dragão 2, eu só vi Operação Big Hero, que é bem legal.

- Melhor Filme Estrangeiro: Ida, porque é sobre judeus, mas uma vitória de Relatos Selvagens não me surpreenderia, e eu amaria.

- Melhor Documentário: Citizenfour, pelo conteúdo, mas nunca duvidem da Netflix e seu Virunga.

- Melhor Curta de Documentário: Crisis Hotline: Veteran Press 1, por motivos óbvios, mas Our Curse pode surpreender.

- Melhor Curta: The Phone Call, porque é o mais falado e tem vencedores e indicados ao Oscar no elenco. Porém, Boogaloo pode vencer.

- Melhor Curta de Animação: Feast, porque é Disney.

- Melhor Trilha Sonora: A Teoria de Tudo, mas torço pra Alexandre Desplat finalmente vencer, e que seja por Budapeste.

- Melhor Canção Original: Glory, de Selma. Sei que acreditam em Everything is Awesome, mas um upset aqui deverá ser I'm Not Gonna Miss You.

- Melhor Edição de Som: Sniper Americano, por motivos de óbvio.

- Melhor Mixagem de Som: Sniper Americano, mas talvez dê Whiplash.

- Melhor Design de Produção: O Grande Hotel Budapeste, porque SIM!

- Melhor Fotografia: Birdman, o prêmio mais certo do filme.

- Melhor Maquiagem e Cabelo: O Grande Hotel Budapeste, mas Guardiões pode surpreender.

- Melhor Figurino: O Grande Hotel Budapeste, porque Milena Canonero é lenda, mas Colleen Atwood e Oscars são quase sinônimos, olho nela.

- Melhor Montagem: Boyhood, e se perder pra Whiplash vou temer pelo futuro do filme no resto da premiação.

- Melhor Efeitos Visuais: Planeta dos Macacos: O Ínicio, porque sei que Interstellar vai vencer, mas não quero.



domingo, 8 de fevereiro de 2015

Grammy 2015: De Beyoncé a Sam Smith, passando por Sia, descubra quem deve vencer o prêmio mais cobiçado da música.




A seleção do Grammy Awards esse ano não foi das melhores, mas a festa que ocorre hoje pode se recuperar premiando os que mais merecem. A noite deverá ser muito feliz para Beyoncé, Sam Smith, Miranda Lambert e pode reservar surpresas para Sia, Eminem e até Iggy Azalea, será?





ÁLBUM DO ANO: Eu já estava conformado que Sam Smith iria entrar na categoria pelo seu cd de estréia, In the Lonely Hour, mesmo que o álbum não seja nada demais, é bem feitinho e simboliza o nome do maior artista do ano passado, mas precisava mesmo vir acompanhado do X do Ed Sheeran e do G.I.R.L. do Pharrell Williams? Ambos os cd's não passam de trabalhos passáveis sem muito a acrescentar do que ambos apresentavam. No caso de Ed, ele ainda é inferior a seu debut, tanto como produção e, especialmente, levando em conta as letras. Bom é saber que os 3 mais fracos só devem fazer mesmo figuração, deixando a vitória entre Queen B e seu ''visual album'' e o Beck com um dos melhores álbuns do ano passado. Morning Phase é o melhor trabalho do Beck desde o Sea Change, trazendo aquela mistura de folk/country ao rock como ninguém mais consegue fazer, mas se a categoria é ''álbum do ano'', a dona da música mundial, que atende pelo nome de Beyoncé deveria ser a grande vencedora pelo seu álbum auto-intitulado, BEYONCÉ. Livre de qualquer pretensão de ser radiofônico, o cd mergulha no que de melhor o R&B contemporâneo atual tem a oferecer, trazendo clássicos como ''#Flawless'', ''Partition'' e ''Pretty Hurts'', o cd é o ápice de um artista em plena forma e consciência do que deve fazer, e Beyoncé (tão superestimada pelo Grammy) não pode passar em branco e perder essa categoria na noite de hoje.

Quem ganha: Beyoncé - BEYONCÉ (Spoiler: Beck - Morning Phase)

Ranking Pessoal: 

1º - Beyoncé, BEYONCÉ
2º - Beck, Morning Phase
3º - Ed Sheeran, X
4º - Sam Smith, In the Lonely Hour
5º - Pharrell Williams, G.I.R.L.


GRAVAÇÃO DO ANO: Mais uma vez a Academia decidiu que só hits entrariam nessa categoria, temos aqui três canções que foram #1's no Hot 100, um top 5 e um top 10. Isso é bom pelo lado de que todos tem aquela chance de adquirir status de ''hino'' na mente das pessoas, mas também acaba dando margem para músicas como Shake it Off de Taylor Swift e All About that Bass da Meghan Trainor entrarem numa categoria tão privilegiada. Não me entendam mal, gosto de ambas as canções e acho que as duas são canções pops bem feitinhas, mas que não merecem nada além do que um download semanal, especialmente quando tivemos esnobadas como Drunk in Love (Beyoncé) na categoria. As duas e Fancy de Iggy Azalea não devem ter lá muita gente, as primeiras por serem ''muito bobas'' e a última porque sendo uma canção de ''rap'', jamais venceria nessa categoria. Então, temos os dois hits menores, mas com pedigree, que são as apostas de vitória: Stay With Me de Sam Smith e Chandelier da Sia. Acho a canção de Sia quase perfeita enquanto produção, mas o queridinho da noite é a versão masculina de Adele, e com uma canção no estilo que ele tem, seria muito difícil vê-lo perder essa categoria. 

Quem ganha: Sam Smith - Stay with Me

Ranking pessoal:

1º - Sia, Chandelier
2º - Iggy Azalea (feat. Charli XCX), Fancy
3º - Sam Smith, Stay with Me
4º - Meghan Trainor, All About that Bass
5º - Taylor Swift, Shake it Off



CANÇÃO DO ANO: Se as indicações de Taylor Swift (Shake it Off) e Meghan Trainor (All About that Bass) são estranhas em numa categoria como gravação do ano, beira o ridículo nessa aqui, onde supostamente premiamos a letra da canção em si. Se é até fácil de entender porque Trainor entrou na categoria pela letra espertinha de sua canção (lembram de Carly Rae Jepsen aqui com Call Me Maybe? Pois é, a mesma situação), fica difícil defender a ex-cantora de country por um refrão que clama ''the haters gonna hate hate hate... and I'm just gonna shake shake shake it''. A indicação do Hozier com Take me to Church é daquelas que saem, quase que, do nada e honram a dita ''qualidade'' que o Grammy sempre procura estampar. Só que mais uma vez a categoria ficará entre australiana e o britânico, e embora eu tenha certeza que Sam Smith vai vencer essa categoria co Stay with Me (Será que Tom Petty sobe no palco? risos), quero crer que os créditos como maior compositora da música pop atual de Sia e a qualidade inquestionável de Chandelier por si só irão premiar a mesma. Afinal só pela primeira frase da canção (''Party girls don't get hurt''), ela já merece todos os prêmios do mundo.

Quem ganha: Sia - Chandelier

Ranking pessoal:

1º - Sia, Chandelier
2º - Hozier, Take me to Church
3º - Sam Smith, Stay with Me
4º - Meghan Trainor, All About that Bass
5º - Taylor Swift, Shake it Off

ARTISTA REVELAÇÃO: Nessa categoria nem me demoro, afinal mal conheço os trabalhos de Bastille, HAIM e Brandy Clark e eles tem a mesma chance de vencer a categoria que eu e você que estamos em casa. Sei que Macklemore venceu ano passado sendo rapper, mas mesmo Iggy Azalea tendo tido um ano mais pop que qualquer outro na categoria, sofre por ser ''rapper'' e por ter seus talentos como artista bastante questionados. Então aqui é fácil até demais prever quem vence: Sam Smith.

Quem ganha: Sam Smith

Ranking pessoal:

1º - Sam Smith
2º - Brandy Clark
3º - Bastille
4º - Iggy Azalea
5º - HAIM

Nas demais categorias espere por:

POP:

- Best Pop Solo Performance: Sam Smith - Stay with Me, mas mais uma vez: cuidado com Sia.
- Best Pop Duo/Group Performance: Iggy Azalea (feat. Charli XCX) - Fancy, sim, eu sei que a música nem é uma colaboração pop e Iggy vem sendo muito atacada pela apropriação cultural, mas ainda é a única das indicadas a ter uma indicação no big four e as 4 indicações da Iggy devem significar algo. Não acho que Katy Perry vá vencer um Grammy por Dark Horse e que Bang Bang tenha cara de quem vence Grammy. Logo, é Say Something e a canção péssima do Coldplay que ameaçam I-G-G-Y.
- Best Pop Vocal Album: Ed Sheeran, X. Smith é a clara alternativa, mas ainda acho que eles vão premiar o queridinho deles pra ele não sair de mãos abanando.
- Best Traditional Pop Vocal Album: Tony Bennett – Cheek to Cheek. O Grammy mais fácil de Lady GaGa, sem dúvidas, mas na figa por Miss Streisand destruir o favorito.

DANCE/ELECTRONICA:

- Best Dance Recording: Disclosure (feat. Mary J. Blige) - F For You e mesmo sendo um combo difícil de resistir, não se espante com Rather Be vencendo. 
- Best Electronic/Dance Album: deadmau5 - while (1<2), mas Aphex Twin é co-favorito.

ROCK:

- Best Rock Performance: Jack White, Lazaretto, mas Black Keys tão logo ali pra vencer.
- Best Metal Performance: Slipknot - The Negative One
- Best Rock Song: Beck - Blue Moon, mas Jack White pode vencer.
- Best Rock Album: Beck - Morning Phase LOL

ALTERNATIVE:

- Best Alternative Music Album: Jack White, Lazaretto, porém Arcade Fire é sempre uma força no Grammy.

R&B:

- Best R&B Performance: Beyoncé (feat. Jay-Z) - Drunk in Love
- Best Traditional R&B Performance: Robert Glasper Experiment (feat. Lalah Hathaway and  Malcolm Jamal Warner) - Jesus Children
- Best R&B Song: Beyoncé (feat. Jay-Z) - Drunk in Love
- Best R&B Album: Toni Braxton & Babyface - Love, Marriage & Divorce, mas não duvidem de Robert Glasper
- Best Urban Contemporary Album: Beyoncé - BEYONCÉ

RAP:

- Best Rap Performance: Eminem - Rap God, mas torço a vida pra ''i'' do Kendrick levar.
- Best Rap/Sung Collaboration: Eminem (feat. Rihanna) - The Monster, mas não duvide de Kanye.
- Best Rap Song: Kendrick Lammar - i, mas é a melhor chance de Kanye West vencer algo com Bound 2.
- Best Rap Album: Eminem - The Marshall Mathers LP 2, mas o quão épico seria a vitória de Iggy Azalea LOL

COUNTRY:

- Best Country Solo Performance: Carrie Underwood - Something in the Water, Miranda é runner-up
- Best Country Duo/Group Performance: Miranda Lambert & Carrie Underwood - Somethin' Bad - Ñ vejo perdendo aqui.
- Best Country Song: Miranda Lambert - Automatic
- Best Country Album: Miranda Lambert - Platinum, será que Eric Church não vence nada? Pode vencer aqui.

- Best Song Written for Visual Media: Frozen - Let It Go.
- Best Musical Theater Album: Hedwig and the Angry Inch
- Best Music Video: Sia - Chandelier

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Top 10 de Filmes de 2014



          Adoro fazer listas e com cinema não é diferente, mas esse ano decidir divulgar minha lista de filmes que mais me marcaram no ano, acredito que todos são bons em sua maneira e deixaram algo na experiência que tive ao vê-los. Decidi deixar como critério que só entrariam filmes lançados nos cinemas brasileiros de 1 de Janeiro até dia 31 de Dezembro, por isso a lista contém filmes lançados nos Estados Unidos tanto em 2013 quanto em 2014.
     
          10 filmes é pouco até para mim que ando vendo poucos filmes no ano, por isso gostaria de deixar uma menção honrosa para alguns que falharam em entrar na lista, são eles: Vidas ao Vento (The Wind Rises, Hayao Miyazaki), Inside Llewyn Davis - Balada de um Homem Comum (Inside Llewyn Davis, Coens Brothers), O Congresso Futurista (The Congress, Ari Folman), e o melhor filme pipoca do ano passado, X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past, Bryan Singer).

           Sem mais delongas, aqui estão os dez selecionados como os melhores longas de 2014 para mim:


10º - A Imagem que Falta (L'image manquante, Rithy Panh)

        
               O filme de Rithy Panh é o único documentário que vi no ano e, provavelmente, é o que mais me tocou enquanto ser humano. O longa conta como um regime comunista dizimou milhões de pessoas no Camboja, uma experiência arduamente vivida pelo próprio diretor. O nó na garganta que um pequeno boneco de argila consegue deixar no espectador vendo o filme beira o inacreditável, nunca com tão pouco se conseguiu passar tanto sofrimento.

9º - O Abutre (Nightcrawler, Dan Gilroy)

       
           A responsabilidade de ambientar o filme é algo que pertence ao diretor do mesmo, mas em O Abutre isso fica a cargo da performance excepcional de Jake Gyllenhaal. O ator imerge no personagem criando que é preciso para que a atmosfera do filme aconteça, do ar soturno até o mais puro cinismo. O elenco coadjuvante conta com Rene Russo e Riz Ahmed em personagem completamente distintos, mas altamente necessários para dar vida aquela trama tão bizarra, mas crível do quanto a mídia pode ser horripilante quando quer.

8º - Relatos Selvagens (Relatos Salvajes, Damián Szifrón)


                     Irei admitir que esse filme argentino trata violência e vingança de uma forma bem ''chapa branca'' por assim dizer, mas isso não impede que cada situação abordada pelos contos individuais sejam sensacionais em sua própria maneira. Claro que nem todas estão no mesmo nível, mas nenhuma é menos que ótima e criam uma sequência de absurdos que são uma delícia de se assistir. Porém, o destaque é mesmo do último conto que é intitulado ''Até que a morte nos separe'', onde vemos Érica Rivas (que está brilhante, diga-se) ensandecida ao descobrir uma traição no dia do seu casamento, ''Vou colocar isso pros meus filhos verem no lugar de Dora, a Aventureira''.

7º - 12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave, Steve McQueen)


                   Eu poderia morrer de elogios a direção, elenco, roteiro e toda a parte técnica absurda do filme de McQueen, mas palavras não são suficiente para o tamanho dessa obra. O filme é o testamento mais cru, verdadeiro, cruel e triste em forma de ficção desse que é o episódio mais nojento feito pelo homem. Cada cena é mais e mais forte, sempre querendo deixar claro não somente o que acontecia, mas também o quão consciente ambos os lados estavam daquela situação. A cena que envolve Patsy (Lupita Nyong'o, em uma atuação para a vida toda) e um sabonete já é épica por todos os motivos mais tristes do mundo.

6º - Nebraska (Nebraska, Alexander Payne)


                     Nebraska é o filme que mais me surpreendeu no cinema esse ano, já que mesmo tendo ouvido coisas boas do filme e até curtindo os trabalhos anteriores do diretor (Os Descendentes e Eleição são ótimos), nada me preparou para a melancolia tão inerente que esse filme deixa na gente. Tirando umas e outras cenas que a excelente June Squibb está soltando suas farpas, o resto do filme todo te deixa um pouco para baixo, seja pela fotografia em preto & branco ou pela simplicidade dos personagens e seus atores em cena, que inclui um Bruce Dern tão cativante que é difícil de quantificar a força de sua atuação. Mais uma vez Payne traz as estrelas de Hollywood para seu momento ''pé no chão'', mas dessa vez com algo diferente, que pouco sei explicar, mas que tocou ali bem no fundo, talvez seja algo tão simples que eu nem precise mesurar em palavras, e devo só sentir, como fiz por toda a projeção desse belo ''pequeno-grande'' filme.

5º - Ela (Her, Spike Jonze)


                     Não existe tema que mais amo no cinema que relações pessoais, e o filme de Jonze é uma bela leitura do assunto nos tempos modernos. E não se engane com o futuro que está sendo retratado no filme, ele está dialogando diretamente com toda a tecnologia atual que nos permite amar, viver, nos encontrar e encontrar a tantos outros de forma tão distante como nunca antes no mundo foi capaz. É criando um sentimento tão puro e simples que o diretor nos conecta a um homem (Joaquin Phoenix em mais uma atuação excelente) e seu amor por um robô, e por mais estranho que isso possa soar falando agora, na tela é criado uma aura que impede que você pense que aquele amor não possa existir, como tantos outros que existem pelo mundo afora.

4º - Era uma vez em Nova York (The Immigrant, James Gray)


                     Esse filme é uma coisa linda demais, é basicamente uma pintura de tamanha que é a excelência de James Gray por trás da câmera. Onde o roteiro jamais surpreende, mas nem por isso é básico, vemos que o diretor sabe exatamente como contar a história usando as cenas certas para explicitar o necessário, esse resultado também se deve aos dois atores da foto que estão excelentes (Cotillard, aliás, hipnotiza fácil com o olhar), e toda a parte técnica que nunca é menos que excepcional. A fotografia é um deleite a parte, e a cena final é um take para nunca esquecer.

O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street, Martin Scorsese)


                     É de se duvidar que esse filme tenha, basicamente, três horas de duração, já que Scorsese mantém o nível de loucura e insanidade lá em cima durante todo o tempo do longa. 'Lobo' é o filme mais cômico do diretor em décadas, e é de se abismar que com seus 70 e poucos anos, Scorsese ainda consiga ter um vigor e visão para os temas que ele aborda em cena. O elenco está todo afiado, mas um dos maiores trunfos do filme é a atuação totalmente entregue de Leonardo DiCaprio a um personagem que vive no limite de tudo que faz. Afinal, alguém consegue esquecer a hilária cena de Jordan tentando entrar no seu carro depois de tomar algo um pouco pesado? Épico.

O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel, Wes Anderson)


                        O último filme de Wes Anderson é apenas mais uma prova da destreza que esse homem tem em impregnar qualquer tipo de história sob seu olhar único, e consideravelmente pitoresco. É quase impossível não identificar uma obra de Anderson, seja pela montagem, pelo roteiro, pelos personagens ou pelas cores, tudo grita o nome do diretor e isso é fantástico. Em ''Budapeste'' o diretor cria um quase thriller que gera um ânimo no espectador em boa parte do filme, ele conta com a ajuda de um elenco extremamente pontual e um protagonista iluminado, fazia anos que Ralph Fiennes não entregava algo no nível do trabalho dele aqui. Como uma pedra rara e única, esse filme talvez não salte aos olhos de todos, mas quem conseguir enxergar suas qualidades, com certeza ficará encantado para sempre.

1º - Garota Exemplar (Gone Girl, David Fincher)


                      Me inclua no time que acha que Fincher não só é um dos melhores diretores atuais, mas como também nunca fez um filme inteiramente ruim. A diferença entre Garota Exemplar e qualquer um de seus outros filmes está na forma como ele demonstra estar em seu auge, num completo domínio não só do oficio que tem, mas do que ele busca falar para o espectador. Se o livro que o filme se baseia é muito mais sobre os enlaces do casamento, o filme trata de transformar isso num thriller eletrizante que, basicamente, não tem erros. Aliás, o filme tem um acerto, e que acerto: Rosamund Pike, a atriz que era quase desconhecida e vivia de papéis secundários criou a personagem mais icônica do ano numa atuação de deixar a boca aberta, sua Amy Dunne é perfeita em tudo que tange construção e nuances, e em momento algum Pike está menos que (me perdoe o trocadilho) exemplar em cena, um verdadeiro ''tour-de-force'', como diram os franceses. Ah, e ''A'' cena do ano está nesse filme, envolve sangue, muito sangue


                        Espero que tenham gostado da lista e vejam os que ainda não viram, e até 2016 com o melhor que esse ano tem a oferecer na telona.