sábado, 20 de abril de 2013

REVIEW (curta): Oblivion - Visual x História... o último sempre precisa vencer.




Um sono puro. Sério, o roteiro por si só nem é ruim e cria alguns plot twists e uma história palpável caso o Kosinski (diretor do filme) conseguisse segurar o longa, mas isso é uma coisa que ele não faz. Assim como quando dirigiu Tron: O Legado (2010), o diretor acabou se afogando em estilo e esquecendo como criar uma atmosfera e instigar o público a querer entrar naquele mundo que tinha grandes chances de ser interessante, mas acaba apenas por entendiar. Tom Cruise nasceu pra ser astro e domina a tela muito bem, Freeman é sempre excelente e achei Andrea Riseborough um arraso só, mas claro que tinha que ter uma coitada de nome Olga Kurylenko para prejudicar o filme também no departamento de elenco, ficava pasmo com as caretas e a presença nula em cena dessa moça, chega a dar dó. Com um visual apetitoso, mas um roteiro totalmente sem sal e um ritmo despariado, Oblivion (idem, 2013) - que significa esquecimento - me lembrava a todo momento que estava longe de acabar e no fim só me fez querer esquecer a própria sessão, um verdadeiro pastel de vento.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Oscar 2013: Quem leva, quem deveria levar e quem faltou na edição desse ano da maior festa do Cinema.





Hoje, dentro de poucas horas, ocorrerá a 85ª edição do prêmio da Academia de Cinema, Arte e Ciência, ou seja, o Oscar. A premiação é a mais velha de qualquer midía e a mais prestigiada também, mesmo cometendo delitos como premiar 'Uma Mente Brilhante', 'Crash' e 'O Discurso do Rei' como melhores filmes de seus respectivos anos. Sempre comentada, para o bem ou para o mal, a seleção desse ano se mostrou a melhor em muito tempo (talvez desde a seleção que consagrou 'Os Infiltrados' vencedor) e nos dá a esperança de que a festa renderá ótimas vitórias. Com as informações que já sairam, esperem uma cerimônia muito luxosa e com muita música, especialmente o segundo fato. 

Aqui vou dizer quem eu acho que vence, quem deveria vencer (dos indicados) e quem deveria ter sido indicado (e até deveria estar vencendo):

- Melhor Filme:

Indomável Sonhadora
O Lado Bom da Vida
A Hora Mais Escura
Lincoln
Os Miseráveis
As Aventuras de Pi
Amor
Django Livre
Argo



Quem vence: Argo - O filme venceu basicamente todos os prêmios que precedem o Oscar e além de ser bom, é fácil de ser visto e comprado, nada muito desafiador como Indomável Sonhadora ou Amor, por exemplo.

Quem deveria vencer: Dentre os indicados eu tenho 3 favoritos, são eles Amor, A Hora Mais Escura e As Aventuras de Pi. Eu acabaria votando em Amor, mais pelo tema e abordagem do filme de Haneke terem me pegado por completo.

Quem deveria estar ai: Looper ou 007 - Operação Skyfall, duas obras muito bem feitas e que trazem um toque pessoal que dignifica seus estilos hoje banalizados, é até triste que mesmo com todo o lobby possível, o filme de James Bond tenha ficado de fora.

- Melhor Diretor:

Michael Haneke - Amor
Ang Lee - As Aventuras de Pi
David O. Russell - O Lado Bom da Vida
Steven Spielberg - Lincoln
Benh Zeitlin - Indomável Sonhadora



Quem vence: A categoria mais polêmica do ano, por esnobar não só 1, mas 2 dos favoritos a vencer: Ben Affleck por Argo e Kathryn Bigelow por A Hora Mais Escura. Tirando o novato Zeitlin, os outros quatro poderiam vencer, mas acho que aqui é uma boa forma de premiarem David O. Russell, que teve o filme bem mais amado do que a maioria achava, ele estar indicado também pelo roteiro não o prejudica, mas nem se assuste se Spielberg vencer, ou Haneke, ou Lee...

Quem deveria vencer: Queria dizer Haneke, mas a magia e a visão tão singela, mas jamais simplicista, de Ang Lee ainda me apetecem demais, o uso do 3D ser magnífico e o fato dele ter conseguido, finalmente, transpor esse livro pro cinema também ajudam nessa opinião.

Quem deveria estar ai: Ainda não vi o novo filme de Paul Thomas Anderson, meu atual diretor favorito, mas jamais entenderei como esnobaram a direção vigorosa e extremamente competente de Kathryn Bigelow por A Hora Mais Escura, em certos momentos a mulher de mais de 60 anos dá uma aula de ambientação e jogo de cena.

- Melhor Ator:

Bradley Cooper - O Lado Bom da Vida
Daniel Day-Lewis - Lincoln
Hugh Jackman - Os Miseráveis
Joaquin Phoenix - O Mestre
Denzel Washington - O Vôo




Quem vence: Daniel Day-Lewis por Lincoln, é quase inacreditável que o Sr. Lewis vai vencer sua terceira estatueta apenas cinco anos desde sua segunda vitória, isso porque vencer 3 Oscars de atuação é algo raro e apenas 4 outros atores fazem parte deste clube. Mas a performance de Lewis varreu desde os prêmios da crítica até o último prêmio televisado, ele ser considerado o melhor ator vivo por muitos e estar interpretando ninguém menos que Abraham Lincoln só o ajuda.

Quem deveria vencer: Um consenso virtual é que esse prêmio deveria ser de Joaquin Phoenix em O Mestre, mas como eu disse, não vi o filme, e por tal motivo acho que Daniel Day-Lewis merece e muito esse Oscar, mesmo adorando a performance dos outros 3 atores, especialmente Cooper que me foi uma surpresa enorme em O Lado Bom da Vida.

Quem deveria estar ai: Jean-Louis Trintignant por Amor, um homem que acima dos 80 anos divide a tela com a indicada Emmanuelle Riva e simplesmente formam o casal mais terrivelmente bem concebido do ano passado, se a direção e o roteiro de Amor criam a base para a veracidade daquela dupla, é Trintignant que garante um leque de emoções que deixa o espectador aturtido, tamanha a força da presença dele em cena.

- Melhor Atriz:

Jessica Chastain - A Hora Mais Escura
Jennifer Lawrence - O Lado Bom da Vida
Emmanuelle Riva - Amor
Quvenzhané Wallis - Indomável Sonhadora
Naomi Watts - O Impossível




Quem vence: Jennifer Lawrence em O Lado Bom da Vida, existe uma briga entre ela e Riva, com Chastain correndo por fora, mas essa mulher que se tornará a segunda mais jovem vencedora da categoria tem diversos atributos para garantir a vitória, a sua performance natural e bastante exposta de uma mulher recentemente viúva ganhou elogios desde a primeira vista e é essa mesma espontaneidade que levará Lawrence a vitória, mas não se assustem caso Jean Dujardin chame o nome de uma tal conterrânea quando abrir o envelope.

Quem deveria vencer: Tendo visto todas as indicadas, posso afirmar que o trio Lawrence-Chastain-Riva é incrívelmente forte e merecedor. Pessoalmente, eu acharia lindo ver Riva levando essa estatueta, mas acho a personagem de Jessica Chastain mais desenvolvida e tem uma cena final arrebatadora, por isso acabaria votando na protagonista de A Hora Mais Escura, mas caso Lawrence vença mesmo, não guardo rancor.

Quem deveria estar ai: Rachel Weisz em The Deep Blue Sea, uma performance tão transcendente que ficou latente para mim todo o sofrimento, amargura e angústia que a personagem de Weisz passou. Rachel vem se mostrando uma atriz cada vez mais brilhante e essa performance é não só a maior da carreira dela, mas uma das grandes dos últimos anos.

- Melhor Ator Coadjuvante:   

Alan Arkin - Argo
Robert De Niro - O Lado Bom da Vida
Philip Seymour Hoffman - O Mestre
Tommy Lee Jones - Lincoln
Christoph Waltz - Django Livre




Quem vence: Categoria mais aberta dentre as de atuação, acho que tirando Arkin, (que está ocupando a vaga de alguém merecedor) todos os outros tem chance de vencer. O filme de Hoffman é pequeno e controverso, o que mais prejudica De Niro é que esse seria seu terceiro Oscar e seria por algo muito menor que suas vitórias anteriores e o pior contra de Waltz é a sua vitória ter ocorrido apenas 3 anos atrás num filme do mesmo diretor. Tommy Lee Jones é a minha aposta pela força de sua excelente performance, por ser apenas seu segundo Oscar e pela vitória no sindicato de atores umas semanas atrás.

Quem deveria vencer: Não vi Hoffman, então se a minha previsão se fizer correta eu ficarei muito feliz, acho a performance completa de Tommy Lee Jones um acerto de tom, presença e caracterização. Fora que suas cenas no tribunal são dos melhores momentos de Lincoln.

Quem deveria estar ai: Javier Bardem que deu uma interpretação tão deliciosamente divertida, mas muito bem construida e amparada no último 007 que é difícil não simpatizar com seu vilão. Existiu cena de coadjuvante mais perfeita que a introdução de Silva? Pois é, eu não vi.

- Melhor Atriz Coadjuvante

Amy Adams - O Mestre
Sally Field - Lincoln
Anne Hathaway - Os Miseráveis
Helen Hunt - As Sessões
Jacki Weaver - O Lado Bom da Vida



Quem vence: É a barbada da noite, pode ter certeza que ninguém tira esse careca dourado das mãos de Anne Hathaway na adaptação pro cinema do musical Os Miseráveis, a melhor forma de premiar o filme e o momento certo de premiar a atriz, que já deve entrar pra história do cinema com seus pouco mais de cinco minutos de close-up cantando I Dreamed A Dream, a música mais popular do musical.

Quem deveria vencer: Estou desfalcado aqui porque não vi as duas que dizem ser tão boas quanto Hathaway: Adams e Hunt, mas tendo visto Field e Weaver, eu digo sem problemas: VAI LÁ, HATHAWAY! A rendição de Anne toma uma proporção que jamais foi vista e num misto de raiva e arrependimento, nós vemos uma das cenas mais dilacerantes do ano, bravissíma.

Quem deveria estar ai: Emily Blunt em Looper, a inglesa já deveria estar indo para sua terceira indicação (as esnobadas por 'O Diabo Veste Prada' e 'A Jovem Rainha Vitória' são ridículas), mas foi novamente esnobada pela sua atuação em Looper, é Blunt quem coloca um pouco de humanidade naquela ficção científica maravilhosa e todas as cenas em que envolvem seu filho, a mulher manda no longa.

- Melhor Roteiro Original: Vai dar Django Livre, com chances de Amor. Eu premiaria A Hora Mais Escura

- Melhor Roteiro Adaptado: É de Argo, mas o upset de Lincoln é fácil de acontecer. Torço por Lincoln a vida toda

- Melhor Animação: Valente vs. Detona Ralph, acho que a Pixar volta a reinar. Só vi esses dois, premiaria Detona Ralph, pelo frescor e diversão da fita.

- Melhor Filme Estrangeiro: Franco favoritos adoram perder aqui, mas não tem como não dar Amor. Tendo visto Amor e No, fico com o filme de Haneke mesmo.

- Melhor Documentário: Searching for Sugar Man, barbada.

- Melhor Curta de Documentário: Open Heart.

- Melhor Curta: Curfew

- Melhor Curta de Animação: Paperman, lindo demais, vejam.

- Melhor Trilha Sonora: As Aventuras de Pi, mas vejam Argo dando upset. A trilha de Pi é a mais linda mesmo, já que não indicaram a de Indomável Sonhadora.

- Melhor Canção Original: Skyfall de Adele, e será muito merecido.

- Melhor Edição de Som: As Aventuras de Pi, mas um filme thriller como A Hora Mais Escura pode surpreender.

- Melhor Mixagem de Som: As Aventuras de Pi, mas vejam um musical com cantoria ao vivo como Os Miseráveis vencendo sem muita surpresa.

- Melhor Design de Produção: Anna Karenina, que eu não vi, por isso fico com Os Miseráveis.

- Melhor Fotografia: As Aventuras de Pi, eu acho a de Pi a melhor e mais linda, mas como torço pra Deakins por Skyfall quebrar o jejum de 9 derrotas.

- Melhor Maquiagem e Cabelo: Os Miseráveis, mas nem me espanto se O Hobbit levar aqui.

- Melhor Figurino: Anna Karenina, e eu nem preciso ver para saber que a excelência de Jacqueline Durran é imbatível, mas se tiver um upset aqui será do horrível Espelho, Espelho Meu, só porque sua figurinista faleceu.

- Melhor Montagem: Argo, e será seu único prêmio merecido.

- Melhor Efeitos Visuais: As Aventuras de Pi, afinal, quem não acho que aquele tigre era de verdade? lol Mas eu premiava Prometheus.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Grammy 2013: Apostas e comentários




Grammy Awards é a maior e mais importante premiação da música e esse ano ocorrerá nesse fim de semana, no domingo dia 10. Como sou daqueles que faz ballot e critíca sempre que pode os indicados aos grandes prêmios, não poderia deixar de dar meus palpites sobre os indicados e fazer minhas previsões, vamos a elas:



ÁLBUM DO ANO: Tinha muito tempo que os indicados a essa categoria não eram tão bons, claro que o Some Nights do fun. é fraquissímo e acaba sendo o The E.N.D./Teenage Dream/Loud desse ano, mas ainda é um trabalho esforçado e que mostra que o amor do Grammy pela banda foi realmente grande. O Babel do Mumford & Sons foi um estouro de vendas, mas eu acabei achando esse segundo álbum bem menos interessante e até repetitivo em letras e produção se comparado ao ótimo debut da banda. Blunderbuss, debut solo, do Jack White foi a grande surpresa dos indicados e é daquelas felizes, porque o cd é maravilhoso, Mas, os meus dois favoritos são o 'El Camino' do duo/banda The Black Keys e o 'channel ORANGE' que é o primeiro cd do Frank Ocean, dois cd's que brincam com seus estilos e acabam tendo uma sonoridade e homogeneidade espetacular. Pessoalmente não vejo chances pro fun. e White, cd's sem muito buzz e o do fun. falta apelo crítico. Mumford, Black Keys e Ocean vão lutar pelo prêmio, mas Ocean não tem boas vendas e o Mumford foi bem ok em recepção da crítica especializada, por isso vou ficar com o Black Keys que parece ser amado pelo Grammy, teve ótimas vendas e uma ótima nota pelas publicações a fora.

Indicados:
El Camino - The Black Keys
Some Nights - fun.
Babel - Mumford & Sons
channel ORANGE - Frank Ocean
Blunderbuss - Jack White

Aposta: Black Keys - El Camino
Runner-up: Mumford & Sons - Babel
Spoiler: Jack White - Blunderbuss
Quem deveria vencer:  Frank Ocean - channel ORANGE



GRAVAÇÃO DO ANO: Mesmo com desnecessários 6 indicados, a categoria está forte e bem aberta, acho que a Taylor Swift foi a sexta indicada e tem chance quase que nula com sua bola de chiclete rosa e grudenta. Desde que o mundo é mundo que uma música de R&B não vencer aqui, a não ser que o artista esteja morto (não é Ray Charles?) e só de lembrar de 'Boulevard of Broken Dreams' do Green Day batendo Mariah Carey e sua 'We Belong Together' já é uma prova da maldição que fará com que Frank Ocean e 'Thinkin Bout You' passem longe de ganhar, mesmo merecendo muito. As outras 4 que vão mesmo para briga, a Kelly Clarkson entrando com 'Stronger' foi uma considerável surpresa e se os votantes de Pop se concentrarem nela e esquecerem o fato da música ser bem light, ela tem uma boa chance. Gotye e 'Somebody That I Used to Know' eram os favoritos desde sempre, mas a esnobada em Artista Revelação (mostrando pouco suporte no geral) esfriou os ânimos da galera e mesmo continuando a ser a música em que mais apostam para vencer, eu acho que não leva mais. fun. e 'We Are Young' tem uma força enorme, a música é bem vista de crítica, vendeu horrores e tem cara de hino, mas acho que não leva porque já vai vencer em Música do Ano e não vejo o fun. levando os dois. Então, aposto mais uma vez no Black Keys e a maravilhosa 'Lonely Boy' que traz dois aspectos muito apreciados nessa categoria: tem instrumentação ''audivel'' e ser uma música de rock. Não vejo o Black Keys saindo da premiação sem levar um dos dois grandes prêmios a que concorre, pessoalmente acho que levará os dois.

Indicados:
Black Keys - Lonely Boy
Kelly Clarkson - Stronger (What Doesn't Kill You)
fun. feat. Janelle Monáe - We Are Young
Gotye feat. Kimbra - Somebody That I Used to Know
Frank Ocean - Thinkin Bout You
Taylor Swift - We Are Never Ever Getting Back Together

Aposta: Black Keys - Lonely Boy
Runner-up: Gotye feat. Kimbra - Somebody That I Used to Know
Spoiler: Kelly Clarkson - Stronger
Quem deveria vencer: Gotye feat. Kimbra - Somebody That I Used to Know

CANÇÃO DO ANO: Uma categoria curiosamente boa e a mais fácil de prever das 4 grandes: é do fun. e qualquer outro que vencer será surpresa, We Are Young tem 'hino' escrito por todas as partes e com o amor recebido nas indicações pelo Grammy, aqui deve ser o melhor lugar, dentre as 4 grandes, para honrar a banda, de forma bem justa até. Sério, tanto Stronger da Clarkson quanto Call Me Maybe da Carly Rae Jepsen são muito leves e bobas para serem consideradas e Adorn do Miguel e The A Team do Ed Sheeran que são muito bem escritas/estruturadas são muito desconhecidas para vencer, especialmente a do Sheeran, que tirou essa indicação Deus lá sabe de onde.

Indicados:
Ed Sheeran - The A Team
Miguel - Adorn
Carly Rae Jepsen - Call Me Maybe
Kelly Clarkson - Stronger (What Doesn't Kill You)
fun. - We Are Young

Aposta: fun. - We Are Young
Runner-up: Kelly Clarkson - Stronger (clichê que pode até pegar na cabeça dos votantes)
Spoiler: Miguel - Adorn
Quem deveria vencer:  Miguel - Adorn




ARTISTA REVELAÇÃO: Tirando o novato, e a maior surpresa da categoria, Hunter Hayes, acho que dá para fazer um cenário da vitória dos outros 4 competidores. Frank Ocean e fun. são os favoritos e talvez se um deles perdesse a maioria iria achar estranho, mas pode muito bem acontecer. Ocean é o queridinho da crítica e que já é conhecido pela música e o fun. é aquele tipo de banda que não é one hit wonder e consegue agradar as massas e até alguns mais alternativos, esse cenário lembra muito Maroon 5 vs. Kanye West lá em 2005 e a gente sabe muito bem que (triste) fim aquela história teve, espero que não se repita esse ano. The Lumineers estão mais em foco agora e isso pode ser algo favorável demais para eles, já que mesmo sendo bem ''indie/folk'', Ho Hey estourou na hora certa. Alabama Shakes é algo tão bom e diversificado que seria uma surpresa muito legal de se ver, se você levar em consideração que tinha mais de DUAS décadas que essa categoria tinha feito uma line-up sem uma cantora, e que a maioria das últimas vencedoras aqui foram mulheres, a vocalista do Alabama Shakes pode ser a causadora de um possível spoiler na categoria.

Indicados:
Alabama Shakes
fun.
Hunter Hayes
The Lumineers
Frank Ocean

Aposta: Frank Ocean
Runner-up: fun.
Spoiler: Alabama Shakes
Quem deveria vencer:  Frank Ocean


Nas demais categorias espere por:

POP:

- Best Pop Solo Performance: Kelly Clarkson - Stronger (What Doesn't Kill You) ou Adele.
- Best Pop Duo/Group Performance: fun. - We Are Young, mas Gotye pode vencer facilmente.
- Best Pop Vocal Album: fun. - Some Nighs ou Kelly Clarkson revivendo 2006 e batendo os favoritos.
- Best Traditional Pop Vocal Album: Michael Bublé - Christmas

DANCE/ELECTRONICA:

- Best Dance Recording: Skrillex feat. Sirah - Bangarang, mas Avicii pode vencer sem grande problema.
- Best Electronic/Dance Album: Skrillex - Bangarang

ROCK:

- Best Rock Performance: The Black Keys - Lonely Boy, Bruce vencendo é uma possibilidade.
- Best Hard Rock/Metal Performance: Iron Maiden - Blood Brothers, mas o Megadeth tem força
- Best Rock Song: The Black Keys - Lonely Boy
- Best Rock Album: The Black Keys - El Camino

ALTERNATIVE:

- Best Alternative Music Album: Fiona Apple - The Idler Wheel..., mas o Gotye pode vencer.

R&B:

- Best R&B Performance: Miguel - Adorn, tem quem acredite no Usher...
- Best Traditional R&B Performance: Beyoncé - Love on Top, mas ainda acredito em Anita Baker
- Best R&B Song: Miguel - Adorn, fácil.
- Best R&B Album: R. Kelly - Write Me Back, só que Anthony Hamilton pode bate-lo.
- Best Urban Contemporary Album: Frank Ocean - channel ORANGE

RAP:

- Best Rap Performance: Jay-Z feat. Kanye West - Niggas in Paris
- Best Rap/Sung Collaboration: Jay-Z & Kanye West feat. Frank Ocean & The Dream - No Church in the Wild, mas Nas e a póstuma Winehouse podem fazer um upset.
- Best Rap Song: Jay-Z feat. Kanye West - Niggas in Paris
- Best Rap Album: Drake - Take Care, mas torço pelo Nas

COUNTRY:

- Best Country Solo Performance: Carrie Underwood - Blown Away, mas Eric e Blake são ameaças.
- Best Country Duo/Group Performance: Taylor Swift feat. Civil Wars - Safe & Sound, mas torço por Pontoon
- Best Country Song: Eric Church - Springsteen, mas prestem atenção em Blown Away da Underwood.
- Best Country Album: Miranda Lambert - Four the Record

- Best Americana Album: Mumford & Sons - Babel
- Best Song Written for Visual Media: Taylor Swift feat. Civil Wars - Safe & Sound
- Best Musical Theater Album: Once - A New Musical
- Best Music Video (Short): M.I.A. - Bad Girls, mas Rihanna é favorita tbm.



sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

REVIEW: Lincoln - Tony Kushner e a força do diálogo.



 Se alguém te chamasse para ir ao cinema ver um filme de duas horas e meia sobre como o maior presidente dos Estados Unidos aboliu com a escratura, você iria? E se você soubesse que esse mesmo filme é dirigido por Steven Spielberg, conhecido pelo ''pieguismo'' e drama barato, e roteirizado por um homem que é conhecido por ter feito uma peça de quase seis horas de duração? Pois é, para muitos só de ler essas descrições já bateu o sono e a preguiça, muitos irão mesmo ter sono durante a projeção, mas para mim, Lincoln (idem, 2012) é a maior surpresa do ano, até agora.

Eu jamais cheguei a me animar com esse filme, talvez por isso ao sair da sessão e me dar conta da magnitude daquele texto e da forma como até o menor dos coadjuvantes recebe um tratamente adequado, fui totalmente arrebatado pelo novo longa de Steven Spielberg. Com a carreira que Spielberg tem e com os tiques narrativos que o diretor já apresentou em obras previamente com caras de ''Oscar'' como Lincoln, eu esperava um tom e atmosfera bem diferente do que foi apresentado. O filme é todo cercado por uma aura de sobriedade que é um excelente reflexo dos elementos essenciais de um filme: a direção, o roteiro, a montagem, os atores e a fotografia. Neste caso, a junção desses elementos de forma rígida (mas jamais ''engessada'') é o que faz dele tão excelente em todos os setores.

Spielberg não é novato, o diretor é declarado amante da arte de fazer chorar, mas sua experiência não o permite que ele use de um artifício tão banal para criar qualquer tipo de empatia entre protagonista e espectador, já que o roteiro e Daniel Day-Lewis fazem isso com maestria. Falando nele, esse maravilhoso elenco tinha mesmo que ser liderado por um homem do porte de Day-Lewis, conhecido por aceitar poucos papéis e ser metódico por completo, a sua caracterização como Lincoln é um sucesso em absolutamente todos os pontos necessários. Não existe uma postura, um andar ou uma palavra que saia da voz de Daniel que não seja calculadamente bem executada e ainda assim, honesta. Seu trabalho de composição é uma inspiração, quase que uma aula, para qualquer ser vivo que pense em atuar, já que por mais técnicas que ele use, a base de tudo ainda é o interior de Abe Lincoln e a humanização do personagem.


Mas, com toda licença a dupla Spielberg e Day-Lewis, me deixem falar do verdadeiro dono do filme: Tony Kushner. Para quem não conhece Kushner, esse senhor é o criador de uma das mais épicas (se não, a mais) peças da história da Broadway, Angels in America. Ele também criou o musical Caroline, or Change (joga esse nome no youtube e vê o primeiro video listado, só pra constar) e foi roteirista de um outro Spielberg muito bom: Munique. Kushner, que começou a trabalhar nesse roteiro desde meados de 2006, se mostra um mestre na diluição de diálogos que acabam por caracterizar os personagens e dão o tom da narrativa do longa. Acima de qualquer coisa, esse filme (ou seu roteiro) jamais é didático, já que em nenhum momento o que se é exposto surge pela necessidade de se auto explicar, mas sim para evidenciar o que aqueles argumentos se valem para a história em questão. 

O maior exemplo desse uso de diálogo em conformidade com a história é Tommy Lee Jones, e já uso esse gancho para comentar sobre a força desse homem no filme. Sério, em alguns momentos em cena, apenas a presença dele é suficiente para exemplificar a ridicularidade daquela câmara e toda entonação usada em seus discursos dignificam aquele homem amargurado com a realidade imposta, e com que força ele faz isso é algo de se admirar. O resto do elenco é todo excelente, destaco também a sempre excelente presença de David Strahairn como secretário de estado, Lee Pace em uma performance deliciosamente irritante e Gloria Reuben que tem um momento de pura sinceridade com Day-Lewis. Percebam que eu não coloquei Sally Field entre os destaques, pois é, no fim das contas a participação de Field me deixou com um sentimento eternamente misto. Mary Todd Lincoln era considerada por muitos uma mulher insanamente perturbada e acho que Field passa isso com um certo louvor, mas por isso ser uma característica da personagem, a atriz sofre por parecer deslocada do restante do filme. Em alguns momentos Sally brilha, como em seu confronto com Lee Jones em que ela distribui veneno a cada abanada de leque, mas em outros, como em sua grande cena com Lincoln, tudo que ela faz e isso inclui chorar, gritar e se debruçar ao chão sucumbe (e soa errado) perante o dominio dramático de Day-Lewis, que precisando sair da sutileza nos entrega o momento mais emocionante do filme. Não irei crucíficá-la, até porque Mary não está sempre ali, mas jamais entenderei os louros que a nossa Regina Duarte americana recebeu lá na terra do tio Sam.



Os figurinos de Joanna Johnston casam perfeitamente com a direção de arte de Rick Carter e Jim Erickson, a montagem de Michael Kahn é tão uniforme que não poderia ter se saido melhor e John Williams (um mestre) vê a sua dinâmica e maravilhosa trilha sendo, quase que, imperceptivelmente penetrada no filme. Só que o aspecto técnico de maior valor aqui é mesmo a fotografia de Janusz Kaminski, acho que qualquer pessoa ao ver o filme perceberá a forma como a luz é usada incessantemente. Esse excesso de jogo de (contra-)luz sempre está lá para elevar um personagem ou colocá-lo como centro daquela cena, é um artifício tão bem bolado e usado no filme que o fato das locações serem todas fechadas deixa de ser um problema e passa a ser uma das melhores sacadas do longa, tirem pela cena que Seward (Stratharin) anda pelo cômodo dando os conselhos para Lincoln e a luz so se sobrepõe a ele e nada mais.

Com um enorme vigor narrativo amparado no poder da palavra, tendo uma parte técnica excelente, um roteiro decidido e um elenco vigoroso, o mais novo filme de Steven Spielberg tem êxito em tudo e ao invés de ser uma aula de história chata, se torna uma aula de cinema daquelas inesquecíveis.

Uma sequência: Abraham Lincoln bate na mesa que estão seus ''conselheiros'' e explica a força do poder e a sua motivação para conseguir aprovar a 13ª emenda. Um vigor de Spielberg, Day-Lewis e Kushner.

Cotação: e 1/2.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

REVIEW: Django Livre - Tarantino sendo Tarantino, em todos os sentidos.





Tarantino deve ser o cineasta mais festejado da atualidade, mesmo que uns (poucos) o considerem superestimado, a grande parcela cinéfila e a critíca em geral acham que ele é um dos maiores da atualidade. Pessoalmente eu nunca vi um filme ruim (enquanto diretor) de Tarantino, aliás, nunca vi um filme menos que bom (desconsiderem aquela diversão nada pretenciosa chamada 'A Prova de Morte') e o cara sabe como poucos criar personagens e situações não menos que épicas, fora que ele tem um timing para estilo que é pura sofisticação. 

Ao terminar a minha sessão de ''Django Livre'' (Django Unchained, 2012) eu fiquei me perguntando o que faltava para poder bradar ao mundo que o novo filme de Quentin Tarantino era excepcional, uns dois dias depois eu ainda não tinha a resposta para a minha pergunta, uma semana depois... eu acho que a encontrei. Django deve ser o filme mais auto-indulgente do ano, não estou de brincadeira não, para mim fica claro que Tarantino sabe onde errou, sabe que pecou em excessos, mas como ele é o Tarantino, isso ficou assim mesmo e não pensou em remediar essa situação nem por um momento.

Claro que Django é um bom filme, não é só bom, é muito bom, mas poderia ser muito melhor. Tarantino se vê, pela primeira vez, sem Sally Menke, a sua montadora (ou editora) oficial desde sempre, e parece que Fred Raskin não estava tão claro quanto ao que precisava ser feito nesse trabalho. São demasiadas cenas em que tomadas foram usadas em excesso e que cenas não precisavam estar ali, nesse filme até o cameo de Tarantino é fraco, usado em um final meio perdido e, porquê não dizer, óbvio. Jamais entenderei o porque do romance entre Django e Broomhilda não ter funcionado comigo, ainda bem que isso nunca foi primeiro plano no filme, mesmo que seja a principal motivação do protagonista (sdds Shosanna e a vontade de vingar a família).

Mas nem esse final meio perdido junto a uma montagem cambaleante permitem que Django não mostre a inteligência e sagacidade de Taranta, que se garante com (mais uma vez) personagens maravilhosamente criados e interpretados. Dr. Schultz, Stephen e Calvin são daqueles tipos que só são capazes de sairem da mente de Quentin e o ar - sempre - over the top que os atores dão a eles, é essencial para o filme (aka Lucy Liu em Kill Bill). Waltz está excelente, a reminiscência do Col. quase que inexiste, e mesmo sofrendo do descaso que lhe é conferido no ato final, ainda brilha muito. Jamie Foxx e Kerry Washington não comprometem, mas também não prejudicam. Só que o destaque aqui é mesmo de DiCaprio e L. Jackson como uma dupla perfeita que se completa com a maior vilanidade possível, os enlaçes de Calvin e Stephen são tão bem bolados que me deu até vontade de aplaudir certos momentos.


Tecnicamente o filme é um arroubo dos efeitos de som, passando pela fotografia precisa de Robert Richardson e finalizando nos figurinos deslumbrantes de Sharen Davis. Um elemento a parte do filme é a sua trilha, sensacional em todos os aspectos e pontual (ironica até) em todas as vezes que é usada. Com tantos acertos no filme eu deixo claro que Django merece sim uma conferida (no cinema, se possível) e que mesmo brigando com ''Jackie Brown'' (idem, 1997) como filme menos f*da do Tarantino, ainda é uma excelência em seu fator máximo: entreter e firmar Tarantino como um dos maiores da atualidade, seja de genialidade ou de ego.

Uma sequência: Calvin explica sobre a inteligência do ser humano acompanhado pelo olhar ávido de Stephen e a apreensão de Schultz e Django. DiCaprio cospe o 'overacting' por toda essa cena que é genial em todos os aspectos possíveis.

Cotação: ★ e 1/2.