Essa ainda é uma das corridas que mais me recordo dentre os anos que sigo a cerimônia do Oscar. O principal motivo é o fato de que as concorrentes estavam, em sua maioria, certas basicamente um ano antes da cerimônia. As apostas, inclusive minhas, em Meryl Streep, Glenn Close, Michelle Williams e Tilda Swinton pouco tempo depois que Natalie Portman venceu eram tremendas. E não fosse pela queda inesperada de Swinton, a única surpresa na corrida teria sido a inclusão de Viola Davis.
Meryl Streep em The Iron Lady fazia Margaret Thatcher, já Michelle Williams era Marilyn Monroe em My Week with Marilyn, duas biopics distribuidas pelos Weinstein. Glenn Close fazia um papel que ela viveu no teatro, era completamente apaixonada e era nada menos que um... homem em Albert Nobbs. Tilda Swinton fazia uma mãe que via seu filho se transformar em um monstro em We Need to talk About Kevin. Impossível ser mais Oscar do que isso né?
Pois bem, mas eis que em agosto o lançamento de um filme não tão hypado chamado The Help chacoalhou a corrida de Melhor Atriz. A prévia indicada por Dúvida, Viola Davis recebeu as críticas de uma vida e era uma vitória certa em coadjuvante, mas uma vitória na categoria não era o foco, ela e o estúdio queriam mais, eles queriam um prêmio de protagonista, mesmo que Davis não fosse em seu próprio filme.
Entre as indicadas muitos se perguntaram quem seria a ''Jennifer Lawrence do ano'', uma forma de se questionar qual atriz jovem em filme indie seria indicada na categoria. Sundance proveu alternativas como Felicity Jones em Like Crazy, Elizabeth Olsen em Martha Marcy May Marlene e Adepero Oduye em Pariah. Todas cairam. Falando em cair, Tilda Swinton criou um ''trend'' que se seguiu em alguns anos a seguir: foi indicada aos 4 prêmios prévios (Critics Choice, Globo de Ouro, SAG e BAFTA) e por ser uma indicação ''filler'' acabou caindo pra uma sensação do momento, Rooney Mara em The Girl with the Dragon Tattoo.
A queridinha da crítica acabou sendo Michelle Williams, que também venceu o Globo de Comédia. Porém, a briga que dividiu cada predictor até o último momento e que foi a primeira corrida, desde Kidman vs Zellweger em 2002, a ser disputada diretamente entre duas contenders acabou sendo entre as amigas Meryl Streep e Viola Davis. Viola tinha 170 milhões de bilheteria ao seu lado, um filme indicado na maior categoria da noite, a narrativa de ser apenas a segunda negra a vencer o Oscar como protagonista e as vitórias no Critics Choice e no SAG. Streep tinha Weinstein por trás, uma campanha ferrenha que lembrou a todos que ''a maior atriz viva'' não ganhava um Oscar tinha ''29 anos'', o fato de estar interpretando uma personagem baseada em alguém real e vitórias no Globo de Ouro e BAFTA. E no grande dia quando Colin Firth abriu aquele envelope e disse o nome de Streep, uma parte do mundo chorou, mas muita gente sorriu. E assim, Streep entrava num seleto grupo de atores com 3 ou mais Oscars.
Agora, meu ranking da corrida: