domingo, 24 de fevereiro de 2013

Oscar 2013: Quem leva, quem deveria levar e quem faltou na edição desse ano da maior festa do Cinema.





Hoje, dentro de poucas horas, ocorrerá a 85ª edição do prêmio da Academia de Cinema, Arte e Ciência, ou seja, o Oscar. A premiação é a mais velha de qualquer midía e a mais prestigiada também, mesmo cometendo delitos como premiar 'Uma Mente Brilhante', 'Crash' e 'O Discurso do Rei' como melhores filmes de seus respectivos anos. Sempre comentada, para o bem ou para o mal, a seleção desse ano se mostrou a melhor em muito tempo (talvez desde a seleção que consagrou 'Os Infiltrados' vencedor) e nos dá a esperança de que a festa renderá ótimas vitórias. Com as informações que já sairam, esperem uma cerimônia muito luxosa e com muita música, especialmente o segundo fato. 

Aqui vou dizer quem eu acho que vence, quem deveria vencer (dos indicados) e quem deveria ter sido indicado (e até deveria estar vencendo):

- Melhor Filme:

Indomável Sonhadora
O Lado Bom da Vida
A Hora Mais Escura
Lincoln
Os Miseráveis
As Aventuras de Pi
Amor
Django Livre
Argo



Quem vence: Argo - O filme venceu basicamente todos os prêmios que precedem o Oscar e além de ser bom, é fácil de ser visto e comprado, nada muito desafiador como Indomável Sonhadora ou Amor, por exemplo.

Quem deveria vencer: Dentre os indicados eu tenho 3 favoritos, são eles Amor, A Hora Mais Escura e As Aventuras de Pi. Eu acabaria votando em Amor, mais pelo tema e abordagem do filme de Haneke terem me pegado por completo.

Quem deveria estar ai: Looper ou 007 - Operação Skyfall, duas obras muito bem feitas e que trazem um toque pessoal que dignifica seus estilos hoje banalizados, é até triste que mesmo com todo o lobby possível, o filme de James Bond tenha ficado de fora.

- Melhor Diretor:

Michael Haneke - Amor
Ang Lee - As Aventuras de Pi
David O. Russell - O Lado Bom da Vida
Steven Spielberg - Lincoln
Benh Zeitlin - Indomável Sonhadora



Quem vence: A categoria mais polêmica do ano, por esnobar não só 1, mas 2 dos favoritos a vencer: Ben Affleck por Argo e Kathryn Bigelow por A Hora Mais Escura. Tirando o novato Zeitlin, os outros quatro poderiam vencer, mas acho que aqui é uma boa forma de premiarem David O. Russell, que teve o filme bem mais amado do que a maioria achava, ele estar indicado também pelo roteiro não o prejudica, mas nem se assuste se Spielberg vencer, ou Haneke, ou Lee...

Quem deveria vencer: Queria dizer Haneke, mas a magia e a visão tão singela, mas jamais simplicista, de Ang Lee ainda me apetecem demais, o uso do 3D ser magnífico e o fato dele ter conseguido, finalmente, transpor esse livro pro cinema também ajudam nessa opinião.

Quem deveria estar ai: Ainda não vi o novo filme de Paul Thomas Anderson, meu atual diretor favorito, mas jamais entenderei como esnobaram a direção vigorosa e extremamente competente de Kathryn Bigelow por A Hora Mais Escura, em certos momentos a mulher de mais de 60 anos dá uma aula de ambientação e jogo de cena.

- Melhor Ator:

Bradley Cooper - O Lado Bom da Vida
Daniel Day-Lewis - Lincoln
Hugh Jackman - Os Miseráveis
Joaquin Phoenix - O Mestre
Denzel Washington - O Vôo




Quem vence: Daniel Day-Lewis por Lincoln, é quase inacreditável que o Sr. Lewis vai vencer sua terceira estatueta apenas cinco anos desde sua segunda vitória, isso porque vencer 3 Oscars de atuação é algo raro e apenas 4 outros atores fazem parte deste clube. Mas a performance de Lewis varreu desde os prêmios da crítica até o último prêmio televisado, ele ser considerado o melhor ator vivo por muitos e estar interpretando ninguém menos que Abraham Lincoln só o ajuda.

Quem deveria vencer: Um consenso virtual é que esse prêmio deveria ser de Joaquin Phoenix em O Mestre, mas como eu disse, não vi o filme, e por tal motivo acho que Daniel Day-Lewis merece e muito esse Oscar, mesmo adorando a performance dos outros 3 atores, especialmente Cooper que me foi uma surpresa enorme em O Lado Bom da Vida.

Quem deveria estar ai: Jean-Louis Trintignant por Amor, um homem que acima dos 80 anos divide a tela com a indicada Emmanuelle Riva e simplesmente formam o casal mais terrivelmente bem concebido do ano passado, se a direção e o roteiro de Amor criam a base para a veracidade daquela dupla, é Trintignant que garante um leque de emoções que deixa o espectador aturtido, tamanha a força da presença dele em cena.

- Melhor Atriz:

Jessica Chastain - A Hora Mais Escura
Jennifer Lawrence - O Lado Bom da Vida
Emmanuelle Riva - Amor
Quvenzhané Wallis - Indomável Sonhadora
Naomi Watts - O Impossível




Quem vence: Jennifer Lawrence em O Lado Bom da Vida, existe uma briga entre ela e Riva, com Chastain correndo por fora, mas essa mulher que se tornará a segunda mais jovem vencedora da categoria tem diversos atributos para garantir a vitória, a sua performance natural e bastante exposta de uma mulher recentemente viúva ganhou elogios desde a primeira vista e é essa mesma espontaneidade que levará Lawrence a vitória, mas não se assustem caso Jean Dujardin chame o nome de uma tal conterrânea quando abrir o envelope.

Quem deveria vencer: Tendo visto todas as indicadas, posso afirmar que o trio Lawrence-Chastain-Riva é incrívelmente forte e merecedor. Pessoalmente, eu acharia lindo ver Riva levando essa estatueta, mas acho a personagem de Jessica Chastain mais desenvolvida e tem uma cena final arrebatadora, por isso acabaria votando na protagonista de A Hora Mais Escura, mas caso Lawrence vença mesmo, não guardo rancor.

Quem deveria estar ai: Rachel Weisz em The Deep Blue Sea, uma performance tão transcendente que ficou latente para mim todo o sofrimento, amargura e angústia que a personagem de Weisz passou. Rachel vem se mostrando uma atriz cada vez mais brilhante e essa performance é não só a maior da carreira dela, mas uma das grandes dos últimos anos.

- Melhor Ator Coadjuvante:   

Alan Arkin - Argo
Robert De Niro - O Lado Bom da Vida
Philip Seymour Hoffman - O Mestre
Tommy Lee Jones - Lincoln
Christoph Waltz - Django Livre




Quem vence: Categoria mais aberta dentre as de atuação, acho que tirando Arkin, (que está ocupando a vaga de alguém merecedor) todos os outros tem chance de vencer. O filme de Hoffman é pequeno e controverso, o que mais prejudica De Niro é que esse seria seu terceiro Oscar e seria por algo muito menor que suas vitórias anteriores e o pior contra de Waltz é a sua vitória ter ocorrido apenas 3 anos atrás num filme do mesmo diretor. Tommy Lee Jones é a minha aposta pela força de sua excelente performance, por ser apenas seu segundo Oscar e pela vitória no sindicato de atores umas semanas atrás.

Quem deveria vencer: Não vi Hoffman, então se a minha previsão se fizer correta eu ficarei muito feliz, acho a performance completa de Tommy Lee Jones um acerto de tom, presença e caracterização. Fora que suas cenas no tribunal são dos melhores momentos de Lincoln.

Quem deveria estar ai: Javier Bardem que deu uma interpretação tão deliciosamente divertida, mas muito bem construida e amparada no último 007 que é difícil não simpatizar com seu vilão. Existiu cena de coadjuvante mais perfeita que a introdução de Silva? Pois é, eu não vi.

- Melhor Atriz Coadjuvante

Amy Adams - O Mestre
Sally Field - Lincoln
Anne Hathaway - Os Miseráveis
Helen Hunt - As Sessões
Jacki Weaver - O Lado Bom da Vida



Quem vence: É a barbada da noite, pode ter certeza que ninguém tira esse careca dourado das mãos de Anne Hathaway na adaptação pro cinema do musical Os Miseráveis, a melhor forma de premiar o filme e o momento certo de premiar a atriz, que já deve entrar pra história do cinema com seus pouco mais de cinco minutos de close-up cantando I Dreamed A Dream, a música mais popular do musical.

Quem deveria vencer: Estou desfalcado aqui porque não vi as duas que dizem ser tão boas quanto Hathaway: Adams e Hunt, mas tendo visto Field e Weaver, eu digo sem problemas: VAI LÁ, HATHAWAY! A rendição de Anne toma uma proporção que jamais foi vista e num misto de raiva e arrependimento, nós vemos uma das cenas mais dilacerantes do ano, bravissíma.

Quem deveria estar ai: Emily Blunt em Looper, a inglesa já deveria estar indo para sua terceira indicação (as esnobadas por 'O Diabo Veste Prada' e 'A Jovem Rainha Vitória' são ridículas), mas foi novamente esnobada pela sua atuação em Looper, é Blunt quem coloca um pouco de humanidade naquela ficção científica maravilhosa e todas as cenas em que envolvem seu filho, a mulher manda no longa.

- Melhor Roteiro Original: Vai dar Django Livre, com chances de Amor. Eu premiaria A Hora Mais Escura

- Melhor Roteiro Adaptado: É de Argo, mas o upset de Lincoln é fácil de acontecer. Torço por Lincoln a vida toda

- Melhor Animação: Valente vs. Detona Ralph, acho que a Pixar volta a reinar. Só vi esses dois, premiaria Detona Ralph, pelo frescor e diversão da fita.

- Melhor Filme Estrangeiro: Franco favoritos adoram perder aqui, mas não tem como não dar Amor. Tendo visto Amor e No, fico com o filme de Haneke mesmo.

- Melhor Documentário: Searching for Sugar Man, barbada.

- Melhor Curta de Documentário: Open Heart.

- Melhor Curta: Curfew

- Melhor Curta de Animação: Paperman, lindo demais, vejam.

- Melhor Trilha Sonora: As Aventuras de Pi, mas vejam Argo dando upset. A trilha de Pi é a mais linda mesmo, já que não indicaram a de Indomável Sonhadora.

- Melhor Canção Original: Skyfall de Adele, e será muito merecido.

- Melhor Edição de Som: As Aventuras de Pi, mas um filme thriller como A Hora Mais Escura pode surpreender.

- Melhor Mixagem de Som: As Aventuras de Pi, mas vejam um musical com cantoria ao vivo como Os Miseráveis vencendo sem muita surpresa.

- Melhor Design de Produção: Anna Karenina, que eu não vi, por isso fico com Os Miseráveis.

- Melhor Fotografia: As Aventuras de Pi, eu acho a de Pi a melhor e mais linda, mas como torço pra Deakins por Skyfall quebrar o jejum de 9 derrotas.

- Melhor Maquiagem e Cabelo: Os Miseráveis, mas nem me espanto se O Hobbit levar aqui.

- Melhor Figurino: Anna Karenina, e eu nem preciso ver para saber que a excelência de Jacqueline Durran é imbatível, mas se tiver um upset aqui será do horrível Espelho, Espelho Meu, só porque sua figurinista faleceu.

- Melhor Montagem: Argo, e será seu único prêmio merecido.

- Melhor Efeitos Visuais: As Aventuras de Pi, afinal, quem não acho que aquele tigre era de verdade? lol Mas eu premiava Prometheus.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Grammy 2013: Apostas e comentários




Grammy Awards é a maior e mais importante premiação da música e esse ano ocorrerá nesse fim de semana, no domingo dia 10. Como sou daqueles que faz ballot e critíca sempre que pode os indicados aos grandes prêmios, não poderia deixar de dar meus palpites sobre os indicados e fazer minhas previsões, vamos a elas:



ÁLBUM DO ANO: Tinha muito tempo que os indicados a essa categoria não eram tão bons, claro que o Some Nights do fun. é fraquissímo e acaba sendo o The E.N.D./Teenage Dream/Loud desse ano, mas ainda é um trabalho esforçado e que mostra que o amor do Grammy pela banda foi realmente grande. O Babel do Mumford & Sons foi um estouro de vendas, mas eu acabei achando esse segundo álbum bem menos interessante e até repetitivo em letras e produção se comparado ao ótimo debut da banda. Blunderbuss, debut solo, do Jack White foi a grande surpresa dos indicados e é daquelas felizes, porque o cd é maravilhoso, Mas, os meus dois favoritos são o 'El Camino' do duo/banda The Black Keys e o 'channel ORANGE' que é o primeiro cd do Frank Ocean, dois cd's que brincam com seus estilos e acabam tendo uma sonoridade e homogeneidade espetacular. Pessoalmente não vejo chances pro fun. e White, cd's sem muito buzz e o do fun. falta apelo crítico. Mumford, Black Keys e Ocean vão lutar pelo prêmio, mas Ocean não tem boas vendas e o Mumford foi bem ok em recepção da crítica especializada, por isso vou ficar com o Black Keys que parece ser amado pelo Grammy, teve ótimas vendas e uma ótima nota pelas publicações a fora.

Indicados:
El Camino - The Black Keys
Some Nights - fun.
Babel - Mumford & Sons
channel ORANGE - Frank Ocean
Blunderbuss - Jack White

Aposta: Black Keys - El Camino
Runner-up: Mumford & Sons - Babel
Spoiler: Jack White - Blunderbuss
Quem deveria vencer:  Frank Ocean - channel ORANGE



GRAVAÇÃO DO ANO: Mesmo com desnecessários 6 indicados, a categoria está forte e bem aberta, acho que a Taylor Swift foi a sexta indicada e tem chance quase que nula com sua bola de chiclete rosa e grudenta. Desde que o mundo é mundo que uma música de R&B não vencer aqui, a não ser que o artista esteja morto (não é Ray Charles?) e só de lembrar de 'Boulevard of Broken Dreams' do Green Day batendo Mariah Carey e sua 'We Belong Together' já é uma prova da maldição que fará com que Frank Ocean e 'Thinkin Bout You' passem longe de ganhar, mesmo merecendo muito. As outras 4 que vão mesmo para briga, a Kelly Clarkson entrando com 'Stronger' foi uma considerável surpresa e se os votantes de Pop se concentrarem nela e esquecerem o fato da música ser bem light, ela tem uma boa chance. Gotye e 'Somebody That I Used to Know' eram os favoritos desde sempre, mas a esnobada em Artista Revelação (mostrando pouco suporte no geral) esfriou os ânimos da galera e mesmo continuando a ser a música em que mais apostam para vencer, eu acho que não leva mais. fun. e 'We Are Young' tem uma força enorme, a música é bem vista de crítica, vendeu horrores e tem cara de hino, mas acho que não leva porque já vai vencer em Música do Ano e não vejo o fun. levando os dois. Então, aposto mais uma vez no Black Keys e a maravilhosa 'Lonely Boy' que traz dois aspectos muito apreciados nessa categoria: tem instrumentação ''audivel'' e ser uma música de rock. Não vejo o Black Keys saindo da premiação sem levar um dos dois grandes prêmios a que concorre, pessoalmente acho que levará os dois.

Indicados:
Black Keys - Lonely Boy
Kelly Clarkson - Stronger (What Doesn't Kill You)
fun. feat. Janelle Monáe - We Are Young
Gotye feat. Kimbra - Somebody That I Used to Know
Frank Ocean - Thinkin Bout You
Taylor Swift - We Are Never Ever Getting Back Together

Aposta: Black Keys - Lonely Boy
Runner-up: Gotye feat. Kimbra - Somebody That I Used to Know
Spoiler: Kelly Clarkson - Stronger
Quem deveria vencer: Gotye feat. Kimbra - Somebody That I Used to Know

CANÇÃO DO ANO: Uma categoria curiosamente boa e a mais fácil de prever das 4 grandes: é do fun. e qualquer outro que vencer será surpresa, We Are Young tem 'hino' escrito por todas as partes e com o amor recebido nas indicações pelo Grammy, aqui deve ser o melhor lugar, dentre as 4 grandes, para honrar a banda, de forma bem justa até. Sério, tanto Stronger da Clarkson quanto Call Me Maybe da Carly Rae Jepsen são muito leves e bobas para serem consideradas e Adorn do Miguel e The A Team do Ed Sheeran que são muito bem escritas/estruturadas são muito desconhecidas para vencer, especialmente a do Sheeran, que tirou essa indicação Deus lá sabe de onde.

Indicados:
Ed Sheeran - The A Team
Miguel - Adorn
Carly Rae Jepsen - Call Me Maybe
Kelly Clarkson - Stronger (What Doesn't Kill You)
fun. - We Are Young

Aposta: fun. - We Are Young
Runner-up: Kelly Clarkson - Stronger (clichê que pode até pegar na cabeça dos votantes)
Spoiler: Miguel - Adorn
Quem deveria vencer:  Miguel - Adorn




ARTISTA REVELAÇÃO: Tirando o novato, e a maior surpresa da categoria, Hunter Hayes, acho que dá para fazer um cenário da vitória dos outros 4 competidores. Frank Ocean e fun. são os favoritos e talvez se um deles perdesse a maioria iria achar estranho, mas pode muito bem acontecer. Ocean é o queridinho da crítica e que já é conhecido pela música e o fun. é aquele tipo de banda que não é one hit wonder e consegue agradar as massas e até alguns mais alternativos, esse cenário lembra muito Maroon 5 vs. Kanye West lá em 2005 e a gente sabe muito bem que (triste) fim aquela história teve, espero que não se repita esse ano. The Lumineers estão mais em foco agora e isso pode ser algo favorável demais para eles, já que mesmo sendo bem ''indie/folk'', Ho Hey estourou na hora certa. Alabama Shakes é algo tão bom e diversificado que seria uma surpresa muito legal de se ver, se você levar em consideração que tinha mais de DUAS décadas que essa categoria tinha feito uma line-up sem uma cantora, e que a maioria das últimas vencedoras aqui foram mulheres, a vocalista do Alabama Shakes pode ser a causadora de um possível spoiler na categoria.

Indicados:
Alabama Shakes
fun.
Hunter Hayes
The Lumineers
Frank Ocean

Aposta: Frank Ocean
Runner-up: fun.
Spoiler: Alabama Shakes
Quem deveria vencer:  Frank Ocean


Nas demais categorias espere por:

POP:

- Best Pop Solo Performance: Kelly Clarkson - Stronger (What Doesn't Kill You) ou Adele.
- Best Pop Duo/Group Performance: fun. - We Are Young, mas Gotye pode vencer facilmente.
- Best Pop Vocal Album: fun. - Some Nighs ou Kelly Clarkson revivendo 2006 e batendo os favoritos.
- Best Traditional Pop Vocal Album: Michael Bublé - Christmas

DANCE/ELECTRONICA:

- Best Dance Recording: Skrillex feat. Sirah - Bangarang, mas Avicii pode vencer sem grande problema.
- Best Electronic/Dance Album: Skrillex - Bangarang

ROCK:

- Best Rock Performance: The Black Keys - Lonely Boy, Bruce vencendo é uma possibilidade.
- Best Hard Rock/Metal Performance: Iron Maiden - Blood Brothers, mas o Megadeth tem força
- Best Rock Song: The Black Keys - Lonely Boy
- Best Rock Album: The Black Keys - El Camino

ALTERNATIVE:

- Best Alternative Music Album: Fiona Apple - The Idler Wheel..., mas o Gotye pode vencer.

R&B:

- Best R&B Performance: Miguel - Adorn, tem quem acredite no Usher...
- Best Traditional R&B Performance: Beyoncé - Love on Top, mas ainda acredito em Anita Baker
- Best R&B Song: Miguel - Adorn, fácil.
- Best R&B Album: R. Kelly - Write Me Back, só que Anthony Hamilton pode bate-lo.
- Best Urban Contemporary Album: Frank Ocean - channel ORANGE

RAP:

- Best Rap Performance: Jay-Z feat. Kanye West - Niggas in Paris
- Best Rap/Sung Collaboration: Jay-Z & Kanye West feat. Frank Ocean & The Dream - No Church in the Wild, mas Nas e a póstuma Winehouse podem fazer um upset.
- Best Rap Song: Jay-Z feat. Kanye West - Niggas in Paris
- Best Rap Album: Drake - Take Care, mas torço pelo Nas

COUNTRY:

- Best Country Solo Performance: Carrie Underwood - Blown Away, mas Eric e Blake são ameaças.
- Best Country Duo/Group Performance: Taylor Swift feat. Civil Wars - Safe & Sound, mas torço por Pontoon
- Best Country Song: Eric Church - Springsteen, mas prestem atenção em Blown Away da Underwood.
- Best Country Album: Miranda Lambert - Four the Record

- Best Americana Album: Mumford & Sons - Babel
- Best Song Written for Visual Media: Taylor Swift feat. Civil Wars - Safe & Sound
- Best Musical Theater Album: Once - A New Musical
- Best Music Video (Short): M.I.A. - Bad Girls, mas Rihanna é favorita tbm.



sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

REVIEW: Lincoln - Tony Kushner e a força do diálogo.



 Se alguém te chamasse para ir ao cinema ver um filme de duas horas e meia sobre como o maior presidente dos Estados Unidos aboliu com a escratura, você iria? E se você soubesse que esse mesmo filme é dirigido por Steven Spielberg, conhecido pelo ''pieguismo'' e drama barato, e roteirizado por um homem que é conhecido por ter feito uma peça de quase seis horas de duração? Pois é, para muitos só de ler essas descrições já bateu o sono e a preguiça, muitos irão mesmo ter sono durante a projeção, mas para mim, Lincoln (idem, 2012) é a maior surpresa do ano, até agora.

Eu jamais cheguei a me animar com esse filme, talvez por isso ao sair da sessão e me dar conta da magnitude daquele texto e da forma como até o menor dos coadjuvantes recebe um tratamente adequado, fui totalmente arrebatado pelo novo longa de Steven Spielberg. Com a carreira que Spielberg tem e com os tiques narrativos que o diretor já apresentou em obras previamente com caras de ''Oscar'' como Lincoln, eu esperava um tom e atmosfera bem diferente do que foi apresentado. O filme é todo cercado por uma aura de sobriedade que é um excelente reflexo dos elementos essenciais de um filme: a direção, o roteiro, a montagem, os atores e a fotografia. Neste caso, a junção desses elementos de forma rígida (mas jamais ''engessada'') é o que faz dele tão excelente em todos os setores.

Spielberg não é novato, o diretor é declarado amante da arte de fazer chorar, mas sua experiência não o permite que ele use de um artifício tão banal para criar qualquer tipo de empatia entre protagonista e espectador, já que o roteiro e Daniel Day-Lewis fazem isso com maestria. Falando nele, esse maravilhoso elenco tinha mesmo que ser liderado por um homem do porte de Day-Lewis, conhecido por aceitar poucos papéis e ser metódico por completo, a sua caracterização como Lincoln é um sucesso em absolutamente todos os pontos necessários. Não existe uma postura, um andar ou uma palavra que saia da voz de Daniel que não seja calculadamente bem executada e ainda assim, honesta. Seu trabalho de composição é uma inspiração, quase que uma aula, para qualquer ser vivo que pense em atuar, já que por mais técnicas que ele use, a base de tudo ainda é o interior de Abe Lincoln e a humanização do personagem.


Mas, com toda licença a dupla Spielberg e Day-Lewis, me deixem falar do verdadeiro dono do filme: Tony Kushner. Para quem não conhece Kushner, esse senhor é o criador de uma das mais épicas (se não, a mais) peças da história da Broadway, Angels in America. Ele também criou o musical Caroline, or Change (joga esse nome no youtube e vê o primeiro video listado, só pra constar) e foi roteirista de um outro Spielberg muito bom: Munique. Kushner, que começou a trabalhar nesse roteiro desde meados de 2006, se mostra um mestre na diluição de diálogos que acabam por caracterizar os personagens e dão o tom da narrativa do longa. Acima de qualquer coisa, esse filme (ou seu roteiro) jamais é didático, já que em nenhum momento o que se é exposto surge pela necessidade de se auto explicar, mas sim para evidenciar o que aqueles argumentos se valem para a história em questão. 

O maior exemplo desse uso de diálogo em conformidade com a história é Tommy Lee Jones, e já uso esse gancho para comentar sobre a força desse homem no filme. Sério, em alguns momentos em cena, apenas a presença dele é suficiente para exemplificar a ridicularidade daquela câmara e toda entonação usada em seus discursos dignificam aquele homem amargurado com a realidade imposta, e com que força ele faz isso é algo de se admirar. O resto do elenco é todo excelente, destaco também a sempre excelente presença de David Strahairn como secretário de estado, Lee Pace em uma performance deliciosamente irritante e Gloria Reuben que tem um momento de pura sinceridade com Day-Lewis. Percebam que eu não coloquei Sally Field entre os destaques, pois é, no fim das contas a participação de Field me deixou com um sentimento eternamente misto. Mary Todd Lincoln era considerada por muitos uma mulher insanamente perturbada e acho que Field passa isso com um certo louvor, mas por isso ser uma característica da personagem, a atriz sofre por parecer deslocada do restante do filme. Em alguns momentos Sally brilha, como em seu confronto com Lee Jones em que ela distribui veneno a cada abanada de leque, mas em outros, como em sua grande cena com Lincoln, tudo que ela faz e isso inclui chorar, gritar e se debruçar ao chão sucumbe (e soa errado) perante o dominio dramático de Day-Lewis, que precisando sair da sutileza nos entrega o momento mais emocionante do filme. Não irei crucíficá-la, até porque Mary não está sempre ali, mas jamais entenderei os louros que a nossa Regina Duarte americana recebeu lá na terra do tio Sam.



Os figurinos de Joanna Johnston casam perfeitamente com a direção de arte de Rick Carter e Jim Erickson, a montagem de Michael Kahn é tão uniforme que não poderia ter se saido melhor e John Williams (um mestre) vê a sua dinâmica e maravilhosa trilha sendo, quase que, imperceptivelmente penetrada no filme. Só que o aspecto técnico de maior valor aqui é mesmo a fotografia de Janusz Kaminski, acho que qualquer pessoa ao ver o filme perceberá a forma como a luz é usada incessantemente. Esse excesso de jogo de (contra-)luz sempre está lá para elevar um personagem ou colocá-lo como centro daquela cena, é um artifício tão bem bolado e usado no filme que o fato das locações serem todas fechadas deixa de ser um problema e passa a ser uma das melhores sacadas do longa, tirem pela cena que Seward (Stratharin) anda pelo cômodo dando os conselhos para Lincoln e a luz so se sobrepõe a ele e nada mais.

Com um enorme vigor narrativo amparado no poder da palavra, tendo uma parte técnica excelente, um roteiro decidido e um elenco vigoroso, o mais novo filme de Steven Spielberg tem êxito em tudo e ao invés de ser uma aula de história chata, se torna uma aula de cinema daquelas inesquecíveis.

Uma sequência: Abraham Lincoln bate na mesa que estão seus ''conselheiros'' e explica a força do poder e a sua motivação para conseguir aprovar a 13ª emenda. Um vigor de Spielberg, Day-Lewis e Kushner.

Cotação: e 1/2.