segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Projeto ''Melhor Atriz'' #1 - 2016


Então, quem me conhece sabe o quanto eu sou apaixonado por 1) cinema; 2) performances femininas e 3) Oscar. Logo, um dos meus ''projetos cinéfilos'' sempre foi poder ver todas as indicadas ao Oscar na categoria principal de atuação feminina, ''Melhor Atriz''. Como hoje eu já vi uma boa parte das indicadas, resolvi não guardar essa opinião só para mim, mas sim fazer posts com todos os anos da categoria com um ranking pessoal de como eu votaria naquele ano. 

Quem gostou bate palma, quem não gostou caixão e vela preta, simples assim. E vamos começar da última categoria, onde a vitoriosa foi Emma Stone em um musical, a primeira em mais de quatro décadas e onde vimos uma das maiores esnobadas da categoria em anos: Amy Adams em ''A Chegada''. Abaixo, meu ranking pessoal do ano:


5º Lugar: Meryl Streep, Florence Foster Jenkins (Florence: Quem é Essa Mulher?)

Que Streep é a maior entidade da história do Oscar acho que todos sabem, mas não é do conhecimento de todos que para isso ela tenha acumulado indicações duvidosas ao prêmio, como essa no último filme de Stephen Frears. A personagem, baseada em uma pessoa real, é até interesse em arco e desenvolvimento, mas o projeto (como muitos na carreira de Meryl) não passa de uma comédia frívola sem muita profundidade se tornando uma mera comédia com um ou dois momentos dramáticos, mas que passam longe de qualquer genuinidade e isso reflete na atuação boa, mas totalmente fácil e esquecível de Streep em cena.


4º Lugar: Ruth Negga, Loving (idem)

A indicação de Negga é um achado, não somente ela foi esnobada de tudo previamente, mas a forma como ela está presente em cena é totalmente contra tudo que os prêmios costumam aclamar. ''Loving'' é um filme sobre questões raciais feito de uma forma, digamos, ''diferente'', não existe gritaria, exageros mesmo em um caso tão famoso quanto o que o filme retrata. E nisso, a performance de Ruth é calcada em, basicamente, seu semblante, seu lindo rosto e nos seus tãos expressivos olhos, e isso é algo de se aplaudir. A cena que ela recebe a ligação sobre o tema central da trama já seria o suficiente para ela entrar aqui com mais que do 100% de merecimento. É nessas horas que eu gosto das surpresas do Oscar, quando elas são realmente boas.


3º Lugar: Emma Stone, La La Land (idem)

Vamos e convenhamos, a melhor atuação de Stone em toda sua carreira tinha sido em ''A Mentira'' lá em 2010, desde então ela se envolveu em alguns projetos interessantes, mas nunca fez nada ''acima da média'', mas ai chegou esse musical lindo e tudo mudou. Mia é uma aspirante a atriz que tem uma personalidade cativante, é um papel que exige, além de técnica, muito carisma e presença de cena, algo que nunca faltou a Emma, mas o que ela entrega enquanto construção de personagem e carga dramática é fora de série. Stone canta, dança, faz rir, faz chorar e tudo isso criando uma personagem marcante e absolutamente crível. É daquelas atuações surpreendentes que mudam totalmente a sua visão para com um ator. Brava.


2º Lugar: Natalie Portman, Jackie (idem)

Após tantos projetos sem futuros depois de sua unânime vitória por Cisne Negro, essa volta por cima de Portman veio no momento certo e em um dos projetos mais ousados da atualidade. Em algum momento da corrida ela quase foi a favorita a vencer, mas tenho certeza que a não ''linearidade'' do excelente filme acabou fazendo com que Natalie tenha perdido alguns votos, problema deles. A concepção, envolvendo todos os maneirismos possíveis, da atriz para conceber ninguém menos que Jacqueline Kennedy é inventiva e multifacetada, não existe uma cena que você duvide que Portman é Jackie, e ela tem como aparato um roteiro e direção que sabe muito bem onde quer chegam, e quando chegam, na cena do tiro, é com estupenda precisão.


1º Lugar: Isabelle Huppert, Elle (idem)

''Elle'' foi o último filme a passar em sua seleção de Cannes, assim que as pessoas começaram a falar existia um consenso: era uma obra controversa e Huppert, talvez a melhor atriz em atividade hoje, entrega uma das grandes performances de sua vida. Dai até chegar o Oscar teve muito chão, muita descrença, mas também muitas vitórias, a francesa foi aclamadérrima pela crítica, venceu um surpreendente Globo de Ouro, o César (Oscar francês) e até o Spirit Awards, chegando no Oscar com status de ''segundo lugar'', isso por si só já é uma vitória. Sua personagem é algo que foge da curva das premiações, é uma mulher diferente, que age e fala de uma forma que sempre te surpreende e que questiona padrões morais, e quem melhor que uma francesa em total ''cold face mode'' para explicitar tudo que se maquina na cabeça de Michelle Leblanc? A atuação de Huppert é calculada, intensa, tem um ar de ''humor negro'' e finaliza tudo com um grande tiro, é algo para se aplaudir de pé, monstruosa, de fato.


Pois é, agora só faltam mais 89 posts...



2 comentários:

  1. Ótimo. Só inverteria a Emma com a Natalie. Pra mim, as ruivas foram as melhores ano passado.

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    1. Stone foi uma senhora revelação, né? Porém, tem algo em Portman que me deixar coloca-la, por pouco, acima de Emma <3

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